Enquanto o Executivo da Câmara de Aveiro «está (secretamente) a renegociar, com a Caixa Geral de Depósitos, as condições do empréstimo de 58 milhões de euros», Raul Martins, presidente do PS/Aveiro diz que não consegue «vislumbrar a razão que levaria a CGD a diminuir as taxas de um empréstimo livremente negociado e aceite pela CMA, trocando aquele que tem assinado por um contrato com taxas de juro inferiores», escreve no seu blog Margem Esquerda
O socialista acha que o vereador das Finanças deve pedir a demissão. «Em vez de vir pedir a absolvição pelo clamoroso erro cometido e apresentar o seu público pedido de demissão, retirando-se para lugar onde não possa ser nocivo aos Aveirenses, insiste em afirmar que a opção tomada foi acertada», escreve no seu blog Margem Esquerda.
A Câmara optou pela taxa fixa de 5,9% e recusou uma segunda opção, a taxa euribor a 3 meses (que hoje se fixou em 1,423%) adicionada de cerca de 0,64% de encargos, «o que daria, à data de hoje, cerca de 2%». Uma opção tomada «ignorando os conselhos do PS e, inclusivamente, fazendo orelhas moucas às recomendações do Departamento Económico Financeiro da Câmara Municipal que advertia para a “necessidade de salvaguardar a possibilidade de se verificarem alterações substanciais nos Mercados Financeiros das quais resultasse um claro prejuízo do Município”».
Segundo o socialista, «as consequências dessa gravosa negligência que, neste momento, deverá atingir mais de uma dezena de milhões de euros, para o período do contrato. Se tivesse optado pela taxa variável, como recomendámos, fácil seria agora renegociar os juros do empréstimo fixando uma taxa fixa próxima de metade dos 5,9% contratados. Agora o contrário…».
O socialista diz ainda não compreender «porque é que até agora só se pagaram 36 milhões, dos 50 milhões do empréstimo já utilizados. Então o empréstimo não era urgentemente necessário para a CMA pagar as suas dívidas (embora contraindo outras mais avantajadas dívidas) e tornar-se uma pessoa de bem? Então a CMA já não tem dívidas? E se tem porque não as paga uma vez que até “sobram” 8 milhões de euros para utilizar “numa altura posterior” (ou seja lá mais para perto das eleições».