O Bispo do Porto acaba por apoiar os movimentos que se manifestam em Aveiro contra a penalização das sete mulheres acusadas da prática de aborto, em julgamento no Tribunal de Aveiro, cuja segunda sessão está marcada para 16 de Dezembro.
Segundo entrevista ao Expresso, disse: “Sou contra a penalização», contrariando assim a posição oficial da Igreja Católica.
São 17 os arguidos, além das mulheres e seus familiares, um médico e funcionários de uma clínica, acusados de prática e cumplicidade em casos de aborto e que incorrem em penas que podem ir até aos três anos de prisão.
Nos dias anteriores à segunda sessão em tribunal, as várias forças contra a condenação das mulheres têm actuado junto dos meios de comunicação, anunciando as acções que pretendem realizar e que culminarão no Tribunal de Aveiro com o encontro destas organizações numa concentração e manifestação a favor da despenalização.
Além das posições transmitidas aos meios de comunicação também se intensificaram algumas acções como as duas petições em campo, uma de solidariedade, promovida pelo PCP, entre os deputados do Parlamento Europeu e outra para obter as 75.000 assinaturas de forma a realizar novo referendo.
Opinião contrária à despenalização do aborto não teve, praticamente, nenhuma expressão, ao longo destes dias de intervenções contra a penalização da interrupção voluntária da gravidez.
São vários os movimentos, quase uma dezena, que já anunciaram participar no protesto contra o julgamento e condenação surgindo mais à medida que se aproxima o dia da segunda sessão.
Nos próximos dias, os comunistas distribuem comunicados à população em vários pontos de Aveiro e para além deste, entre os partidos políticos, apenas o Bloco de Esquerda também já se definiu, posicionando-se contra a penalização. Apenas a JS deu um sinal, da líder Jamila Madeira, que defendeu em Aveiro a despenalização, em Maio último.
Contudo, do movimento “Petição para um novo referendo”, fazem parte deputados socialistas.
Também se irá manifestar a Comissão de Mulheres da União de Sindicatos de Aveiro, o Movimento Democrático de Mulheres, as organizações Não te Prives – Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, a Acção Jovem para a Paz e a União de Mulheres Alternativa e Resposta.