O «total desrespeito pelo papel da Assembleia Municipal, pelos seus membros democraticamente eleitos e consequentemente, pela vontade popular que estes representam» é o que a Mesa daquele órgão considera das palavras ouvidas durante a última reunião daquele órgão, e que serão dadas conhecimento ao Ministério Público mas também a outros órgãos nacionais representativos de autarcas e locais. Frases com a voz do presidente da Câmara, João Campolargo, do movimento Unir para Fazer (UpF) como «este palhaço aqui…», embora sem se saber a quem se dirige, foram ouvidas na última reunião da Assembleia Municipal. Transmitida em direto para as redes sociais, o que foi dito não fez parte de uma intervenção mas sim porque o autarca não sabia que o seu microfone se encontrava ligado. Para a Mesa da Assembleia «não se tratou de um lapso isolado, nem de um comentário infeliz, na verdade configurou um ataque consciente, injurioso, e deliberadamente ofensivo, dirigido à honra e à legitimidade de um órgão soberano do poder local».
A Mesa da Assembleia reprova ainda a ação de «pressionar os técnicos responsáveis pela gravação e transmissão da reunião no sentido de eliminar essa parte do registo».
Para o UpF, «o que foi captado em áudio, de forma parcial, descontextualizada e sem qualquer suporte visual, não permite, em momento algum, atribuir com clareza autoria, destinatário ou intenção às palavras em causa» e desmente ações de «censura ou manipulação». Admite «expressões menos felizes independentemente de quem as proferiu, não é algo com que possamos concordar e que muito lamentamos, pedindo desde já desculpas àqueles que, de alguma forma, se poderão ter sentido ofendidos».
Mas considera que é uma «manobra de diversão para tentar ocultar o essencial, que foi a sua incapacidade de gerir o funcionamento da Assembleia e de conduzir os trabalhos demonstrando impreparação, desrespeito pelo regimento e desconhecimento das suas funções».
