Embora convidadas, milhares de mulheres saíram frustradas do estádio nacional, no sábado, por não participarem na bandeira nacional humana.
Foram convidadas por muitos meios, durante vários dias, até em novela do horário nobre e a participação foi confirmada por SMS e tudo.
O convite era bem claro. Chamavam mulheres para fazer «a bandeira mais bela do Mundo» e muitas foram, numa atmosfera de apoio à selecção nacional e para conseguir inscrever o resultado no livro dos recordes.
Na bandeira mais bela do Mundo, com 18 mil mulheres, caiu a nódoa, quando milhares, umas 12 mil, souberam que, embora respondessem a um convite, não seriam aceites. Mas não souberam porque alguém lhes disse. Aguardavam a entrada no relvado quando, de repente, um gradeamento se fechou.
Durante a emissão da SIC que acompanhava o evento, que o BES apoiou fortemente, ouviu-se o queixume de uma mulher que já estava a ver que não ia entrar, mas que se anulou com as intervenções dos repórteres, pivot e até director de programas.
O convite feito às mulheres deve ter sofrido alterações ao longo dos muitos canais que percorreu. Até podia ser um engano Que o convite feito era para uma festa, que até foi, e apenas uma parte faria parte da bandeira. Mas a voz que se ouvia no estádio nunca disse que podia acontecer que nem todas viessem a entrar como veio a acontecer a 12 mil. Pelo contrário, disse que «todas» teriam lugar. Foi uma bela brincadeira, numa linda tarde de sol.
Aconteceu uma coisa interessante. Ficou a sensação que entrou na bandeira quem não seguia as instruções da voz, enquanto que quem foi bom aluno sofreu a consequência de ficar fora do relvado. Ouvia-se para não saírem das bancadas por questões de segurança e os que não saíram… lixaram-se.
Ao menos, podiam ter pedido desculpa mas nem isso.
No mínimo, não foram sérios.
João Peixinho