Este texto devia ser publicado no princípio de Julho, quando se verificou que as bandeiras de Portugal não foram retiradas das janelas depois do Euro’2004 como poderia ser natural que assim acontecesse.
Dizia-se que os portugueses não expressavam o gosto por exibir a sua bandeira. Que ainda se vivia o trauma da direita(?) salazarista que associou o culto da bandeira à promoção da ditadura mantida à força. Mudar tudo seria uma tarefa difícil mas o Euro 200 parece ter sido a campanha que mudou a cultura em menos de um mês.
Não é por esquecimento que muitas bandeiras continuam nas janelas e nos carros. Algum orgulho foi criado.
Por tudo isto, o Governo e o Presidente da República – que dizem que gostariam de ver os portugueses com orgulho na bandeira – deveriam estar a aproveitar esta onda e dar-lhe um impulso. Mas, nada.
Por isso, se pode desconfiar que este alheamento pode ser propositado. O povo será menos reivindicativo se se sentir menos responsável pelo país. É muito mau pensar que pode ser assim. E se é?
João Peixinho