O Retrato da Princesa Santa Joana, património do Museu de Aveiro, foi uma das peças abrangidas pelo decreto recentemente aprovado em Conselho de Ministros e que procede à classificação de um conjunto de peças como bens de interesse nacional noticia o Diário de Aveiro.
«Trata-se de um conjunto de bens culturais móveis integrados nos museus dependentes do Instituto Português de Museus, dos domínios das Artes Plásticas e Artes Decorativas e da Arqueologia.
Dois anos e meio depois, surge a tão esperada classificação, por um decreto que visa acautelar medidas especiais em matéria de salvaguarda de bens que representem uma valor incontestável para o país. Estas medidas passam pela sua protecção, valorização, conservação e divulgação, em contexto nacional e internacional. Paralelamente, esta classificação pretende também estabelecer padrões de referência para procedimentos de classificação de bens de interesse nacional, bem como proceder ao enquadramento de uma política de incorporações nas principais colecções nacionais.
A categoria de «bem de interesse nacional», ou de «tesouro nacional», corresponde à forma de protecção mais elevada dos bens culturais móveis, tal como disposto na Lei de Bases do Património Cultural (Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro), recaindo sobre bens cuja protecção e valorização represente um valor cultural de significado para a Nação.
A lista de bens agora classificados como de interesse nacional pelo Governo português resulta do trabalho desenvolvido ao longo de um ano pelo Instituto Português de Museus.
Jovem e em trajo de corte
O antigo Mosteiro de Jesus foi edificado no século XV e revela muitas recordações de Santa Joana, que aí morreu em 1490. Filha de D. Afonso V, retirou-se para o convento em 1472 e aí passou o resto da sua vida, sendo beatificada em 1693. O seu túmulo barroco de mármore pode ser visitado no coro inferior, bem como as muitas pinturas do século XVIII, na capela, que mostram cenas da sua vida. A capela foi naquele tempo a sala de costura onde Santa Joana morreu. Entre as pinturas, destaca-se um retrato da princesa, com um trajo da corte do século XV, peça artística atribuída à Escola de Nuno Gonçalves. Nesta tela, a Infanta é representada na sua plena juventude, mas o seu rosto revela uma expressão de tristeza e resignação.» (Diário de Aveiro)
