A Quercus de Aveiro reprova o programa Polis, em comunicado divulgado após parecer oficial já emitido a 31 de Dezembro último e defende o crescimndeto da cidade para o interior e não para a zona da Ria.
As posições da Direcção do Núcleo Regional de Aveiro da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza têm chamado à atenção da Câmara e da Sociedade para o Desenvolvimento do Programa Polis “para a importância conservacionista das salinas, questionando desta forma a pressão humana e os projectos que a Aveiro Polis prevê para esta zona”.
O Polis e a ligação ferroviária ao Porto de Aveiro, que são “geograficamente coincidentes na área onde ambos têm impactes muito significativos sobre a avifauna dependente das salinas, nomeadamente pela ocupação de área húmida na qual ocorrem várias espécies de aves de interesse conservacionista, impactes estes que não estão devidamente considerados neste projecto”, diz o último comunicado da Quercus.
A Quercus está contra a desanexação de áreas da Reserva Ecológica Nacional, construções urbanas a Norte do IP5 e cita o o n.º 4 do Art.º 44 do Regulamento do Plano Director Municipal: “Nas áreas das Marinhas do Salgado de Aveiro deverá ser elaborado um Plano de Ordenamento que compatibilize as acções de conservação da natureza com as actividades que aí se pretendem instalar, nomeadamente a exploração salícola e aquacultura, em regimes extensivo e semi intensivo, e conquicultura”.
A Quercus acha melhor que a cidade cresça para o interior e não sobre a Ria e quer “a preservação da vida selvagem às portas da cidade e manutenção da funcionalidade ecológica e paisagística” e para o conseguir diz que “podem ser melhorados mas não devem ser substituídos caminhos de terra batida, onde se possa circular a pé ou de bicicleta, por caminhos alcatroados; não devem ser substituídas margens e zonas de caniços ou junco, onde ocorre muita e diversificada nidificação de aves, por margens muradas ou zonas relvadas e não devem ser substituídas zonas lodosas sob influência da maré, mas de pouca profundidade, que permitem a diversas aves alimentarem-se dos organismos bentónicos, por zonas permanentemente alagadas de água mais profunda”.
A zona da antiga lota é onde a execução do Polis terá mais expressão, neste programna de requalificação das zonas ribeirinhas mas a Quercus entende que “é inaceitável a alteração de uso da Zona de Equipamento” prevista no PDM para Espaço Edificável de Ocupação Mista (habitação, comércio e serviços) e de ocupação residencial”.