Uma descoberta de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) «tem o potencial de revolucionar a forma como avaliamos a qualidade do esperma e selecionamos embriões para transferência em tecnologias de reprodução assistida. Ao identificar os espermatozoides com maior probabilidade de gerar embriões saudáveis, podemos aumentar as taxas de sucesso da reprodução medicamente assistida», segundo comunicado da UA.
Pedro F. Oliveira, do Laboratório Associado para a Química Verde (LAQV-REQUIMTE), do Departamento de Química da Universidade de Aveiro (UA) em colaboração com uma equipa do Instituto de Biomedicina (iBiMED) da UA liderada pelo investigador Marco G. Alves, descobriu que «a abundância de dois microRNAs (que entram na regulação de muitos processos biológicos e não apenas como função de defesa das células contra agentes patogénicos como, por exemplo, os vírus) específicos, miR-34c-5p e miR-191-3p, no espermatozoide humano está correlacionada com a qualidade do esperma, bem como com a qualidade e desempenho metabólico do embrião humano durante o desenvolvimento in vitro».
O artigo publicado na revista Andrology «identifica dois novos biomarcadores para a qualidade do esperma e desenvolvimento embrionário humano».
Uma descoberta «particularmente oportuna à luz da recente atribuição do Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina de 2024 a Victor Ambros e Gary Ruvkun pela descoberta dos microRNAs e do seu papel na regulação gênica pós-transcricional».
Pedro F. Oliveira investiga ainda o papel de outros microRNAs na fertilidade masculina e no desenvolvimento embrionário, com vista ao desenvolvimento de um teste diagnóstico baseado em suas descobertas.