O projecto de requalificação da Av. Dr. Lourenço Peixinho, da Câmara de Aveiro, não tem, tanto «quanto é sabido, a aprovação do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) para a criação de vias partilhadas entre transportes públicos e velocípedes», segundo comunicado da Secção Local de Aveiro MUBi – Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta
Segundo a MUBi, «sem os pareceres positivos destas duas entidades da administração central, a Lei nº 72 de 2013 (Código da Estrada) estipula que as autarquias não têm competências para permitir a circulação de velocípedes em vias reservadas a transportes públicos».
A solução da autarquia para a circulação de bicicletas «partilhando a via de transportes públicos, entalada entre o estacionamento automóvel e o tráfego geral, apresenta diversos e graves problemas em termos de segurança para quem opta pela forma de deslocação saudável e ecológica. E, por isso, indicada como uma má prática pela bibliografia de referência sobre a matéria».
Este será «financiado por fundos comunitários com, entre outros, o objectivo de redução da utilização e pressão do automóvel no espaço urbano e transferência modal para modos mais sustentáveis».
De resto, a MUBi Aveiro lamenta que a autarquia, «ao longo de todo o processo, tenha mostrado ausência de vontade política para discutir opções alternativas e desprezado as opiniões e contributos de centenas de cidadãos. De costas voltadas para o mundo desenvolvido e de forma cada vez mais isolada, a Câmara Municipal de Aveiro manteve-se intransigente na manutenção de seis vias para veículos motorizados – duas de circulação e uma de estacionamento, em cada um dos sentidos – numa intervenção que marcará a avenida central da cidade durante décadas».