A entrada dos serviços da Câmara no Centro Cultural e de Congressos (CCC), desencadeada pelo anterior Executivo socialista, criou uma redução relevante na ocupação daquele espaço, mas está em curso um estudo desenvolvido pela nova maioria, constituindo um esforço de revitalização, noticia o Diário de Aveiro.
«Uma comparação entre os anos de 2004 e 2005 revela uma actividade nitidamente menor, em cerca de metade, mas a Câmara está a preparar uma resposta através de um plano de requalificação para recuperar a funcionalidade que perdeu. Os espaços para a logística dos eventos foram ocupados por diferentes serviços da Câmara, ficando as zonas livres reduzidas aos dois auditórios, além de, praticamente, apenas zonas de corredor ou pequenos espaços. O resultado desta perda de espaços para a logística dos eventos é uma menor procura do equipamento com a correspondente menor utilização e diminuição da rentabilidade. Nesta altura assiste-se a uma mistura dos serviços camarários, os espaços dos dois auditórios, além do apoio do bar e restaurante. Esta mistura levou ao «afastamento das organizações», segundo disse uma fonte ao Diário de Aveiro. A tentativa de mudar a situação, «recuperar a funcionalidade», passa pelo pelouro do Desenvolvimento Económico, do vereador Jorge Greno, onde se enquadra aquele plano de requalificação.
Mas, entre o Executivo, trespassa a ideia que a ocupação do espaço do CCC pelos serviços da Câmara, decidida durante a governação do socialista Alberto Souto, constituiu um «erro estratégico». Agora a nova maioria está a «estudar a forma de revitalizar» o CCC. Nenhum dos serviços instalados sairá de onde se encontra mas Jorge Greno quer «arrumar de forma diferente» no sentido de criar espaços novos.
As ocupações mais expressivas deram-se na antiga «Sala Contemporânea», o gabinete junto ao foyer do piso 1, que servia para reuniões temáticas e secretariado., agora tomado pelos serviços financeiros, o foyer do pequeno auditório, que, desde há cerca de um ano, recebe o bar dos funcionários. Segundo o vereador Jorge Greno, «se esta ocupação não significa a redução do número de eventos, pelo menos impossibilita a organização de algum tipo de eventos. O vereador lembra ainda que, actualmente, a situação poderia ser melhor se o CCC estivesse completamente aberto como seria desejável» considerando que agora a oferta hoteleira é superior comparando com anos anteriores.
A nova Câmara conseguiu passar de 75 para 81 o número de eventos realizados, comparando os anos de 2005 e 2006, enquanto que comparando o período de Janeiro a Maio, dos anos de 2005 e 2006, o número de participantes aumentou de 15.755 para 16.008.
Mas a Câmara poderia ter o dobro da ocupação. Enquanto que em 2004, a ocupação nos eventos totalizou 45.773 participantes, em 2005 conheceu uma descida para os 30.770. Em termos genéricos, a diferença é grande entre os anos de 2004 e 2005, verificando-se uma recuperação a partir de 2006. Se em Maio de 2004, se verificou uma participação de 8630 pessoas, este número desceu para os 4061 em 2005, recuperando em 2006 para os 4504. Abril foi um mês atípico conhecendo um crescendo entre 2004 e 2005, passando de uma ocupação de 4.896 para 5.955, embora se verificando uma descida para os 5345 em 2006. As reduções nas ocupações são notórias comparando os meses de Janeiro, Fevereiro e Março de 2004 e 2005. Passou de 4521 para 3290 em Março, de 4710 para 2014 em Fevereiro e de 4265 para 435 em Janeiro. Nestes meses foram conseguidas, em 2006, recuperações para os 2.885, em Março, 1325 em Fevereiro e 1949 em Janeiro.
Um mês «às moscas»
Dados mais específicos revelam a diferença de utilização do espaço. Em Fevereiro último o grande auditório não foi utilizado e o pequeno auditório foi ocupado durante quatro dias do mês, uma das quais numa acção de formação da Câmara, enquanto que as salas do rés-do-chão serviram para uma exposição durante dois dias. No mês seguinte de Março, o grande auditório foi utilizado durante oito dias e o pequeno auditório serviu para receber seis realizações, o hall do rés-do-chão para uma exposição de um dia e a sala 2, também do rés-do-chão uma acção de formação durante dois dias.
Em Abril, o grande auditório, até dia 13, recebeu duas iniciativas, concretamente, uma palestra e uma peça de teatro e o pequeno, esteve ocupado durante três dias do mês. (Diário de Aveiro)
