As contas da Câmara de Aveiro, sempre as contas. As de Alberto Souto e as de Ribau Esteves. Durante 12 anos, Ribau Esteves falou das contas do candidato do PS, ou melhor das dívidas que deixou.
Os anos e os mandatos passavam e, um dia, quando teve a certeza que queria ser candidato, Alberto Souto passou a dizer que, se ganhasse as eleições, as suas contas seriam «certas». Diferentes das que deixou em 2005, portanto.
Entretanto, por alguma razão, Ribau Esteves continuava a falar das contas de Alberto Souto. Mas se as suas eram boas e as obras também, falar das de Souto terá um motivo.
As de Ribau deveriam ser tão boas que não seria preciso falar das outras, mas não foi assim. Não teriam tanto brilho. Apagando tudo à volta, brilharia mais.
Ribau Esteves precisou de falar sempre das contas de Souto, provavelmente, para brilhar mais, poder comparar ou cumprir uma regra. As suas não seriam suficientemente boas se não comparasse com as de Souto, que são más; ou que as eleições não se ganham, perdem-se. Em cada mandato, Ribau referia-se ao PS todas as semanas. Fazendo assim, o adversário do PSD estava permanentemente enfraquecido e chegaria mais fraco às próximas eleições. Se não fizesse isso, o PS chegaria às eleições mais forte.
Provavelmente, serão as contas que levarão uma parte dos eleitores a decidir o voto de domingo. Outra parte sabe mas vota no PS, um grupo nem as conhece e há quem nem queira saber disso.
Ribau não é candidato, é Luís Souto que tenta não interromper um ciclo do PSD que dura há 20 anos. Pode regressar, ou não, em 2029.