O presidente da Câmara de Águeda, Gil Nadais, mandou abrir uma estrada no meu terreno, em Assequins, para beneficiar a sua quinta”. A acusação é feita por Fernando Vasconcelos, que diz ter sido aberta uma estrada – com uma largura de quatro metros e 80 de cumprimento – que atravessa o seu terreno e que beneficia o seu vizinho que é autarca, noticia o JN.
«Gil Nadais diz que se limitou a mandar limpar um caminho público. Em declarações ao “Jornal de Notícias”, assegura que a história está mal contada e que a pessoa em questão pretende apropriar-se de um caminho que sempre foi público, “desde o tempo dos meus bisavós”.
Aliás, acrescenta Gil Nadais, “a própria Junta de Freguesia de Assequins, confirma que caminho é público”.
Providência cautelar
Mas Fernando Vasconcelos vai mais longe e afirma que vai interpor uma providência cautelar no Tribunal de Águeda, com o objectivo de suspender, de imediato, as possíveis obras que possam ser feitas no local. “Vou ainda judicialmente obrigar a câmara a repor o terreno como estava”, reforça.
“Isto é uma alegria, abrem uma estrada, passam por cima do meu terreno, derrubam árvores, arbustos e não falam com ninguém. Até parece que o terreno não tem dono”.
Fernando Vasconcelos não poupa palavras para criticar a actuação da Câmara que “entrou com máquinas dentro do meu terreno, aproveitando a minha ausência para as termas, sem qualquer autorização ou contacto prévio”.
Fernando Vasconcelos diz estar crente que, ao contar a verdade, poderá sofrer graves consequências, mas que, mesmo assim, tem que dizer que “a atitude do presidente da câmara é escandalosa, revela falta de respeito e ética pelos princípios humanos e que tudo o que foi feito tem sido premeditado”.
O denunciante explicou, ao JN, que se considera lesado num processo que se iniciou no tempo em que o actual presidente da câmara foi vereador pelo PSD, recordando que “há três anos, quando comecei a vedar a minha propriedade, Gil Nadais chegou a apresentar queixa à GNR e colocou um tractor atravessado no acesso à minha quinta para não ser construída a restante parte do muro, onde agora foi aberta a estrada”. No entanto, não esconde que a abertura deste caminho acaba por valorizar a sua área e ganhar uma frente de construção, sublinhando, contudo, que o confinante (Gil Nadais) vai ter acesso a três frentes de construção”.
Entretanto, o presidente da câmara argumenta que “agora é altura, de uma vez por todas, de resolver, definitivamente, este caso”, recordando que “a própria esposa de Fernando Vasconcelos já foi arguida num processo por causa deste caminho”.
Nadais explica ainda que se trata de um caminho público que existe ao fundo da sua quinta e que o seu muro foi construído, segundo o alinhamento dado pela câmara e de acordo com a existência desse caminho. “O alinhamento foi dado numa altura em que não era presidente”, realça. (JN)
