Os investigadores Luís Carlos, Vitor Amaral, Nuno Silva, Rute Ferreira e João Rocha, do Laboratório Associado CICECO da Universidade de Aveiro, em colaboração com os investigadores Verónica de Zea Bermudez e Sílvia Nunes, do Centro de Química da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Celso Santilli, da Universidade Estadual Paulista, Brasil e Denis Ostrovskii, da Universidade de Tecnologia de Chalmers, Suécia, descobriram que a complexa organização molecular de um material híbrido orgânico-inorgânico é a causa de um invulgar efeito de memória observado na sua emissão de luz.
Segundo a UA, «a energia da luz emitida por este material é sensível a modificações estruturais que ocorrem a uma escala de tamanho de cerca de 150 nanómetros (10 milhões de vezes menor que o metro). Este fenómeno é inesperado porque, normalmente, a energia da luz emitida pelos materiais é determinada por modificações que ocorrem a uma escala muito menor, a escala atómica (0,1-1 nanómetro).
Estruturas complexas, como, por exemplo, os organismos vivos ou materiais organizados em construções hierárquicas, partilham o facto do seu comportamento ser resultado da maneira (muitas vezes subtil) como as unidades estruturais elementares se organizam.
O comportamento complexo que estas estruturas exibem resulta da organização sistemática da totalidade (ou de parte) dos seus constituintes e não, necessariamente, apenas da sua estrutura atómica.
Esta questão, que está relacionada com a transição de uma perspectiva reducionista da Natureza para uma aproximação evolucionista, tem sido alvo de um intenso debate em Ciência, tendo, recentemente, extravasado para o grande público português através das reflexões do inefável professor Tomás Noronha no último romance do conhecido jornalista José Rodrigues dos Santos A Fórmula de Deus».