Sábado, 5 Outubro 2024
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Tecnologia não resolve sozinha problemas sociais

O reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, admite que a tecnologia «tem melhorado em muito a qualidade e a esperança de vida mas termos como o 5G, inteligência artificial blockchain, o big data, não podem resolver por si só todos os problemas sociais, alguns dos quais, acrescento e ironicamente a tecnologia está também associada», constituindo termos que se «vulgarizam e integraram o vocabulário de muitos que sobre eles provam ter conhecimento superficial, mas fé muito profunda como se fosse possível verter tecnologia sobre problemas como alterações climáticas, desemprego ou desigualdades sociais e com isso e só isso, resolvê-los».

No seu discurss na sessão comemorativa dos 46 anos da UA, esta segunda-feira, criticou a «euforia tecnológica, agravado pelo que Daniel Innerarity, (filósofo e ensaísta, convidadado para o aniversário da UA), descreveu como ‘analfabetismo cívico’» , considerando que as universidades «têm a responsabilidade de trazer mais conhecimento e mais inteligência para o debate».

Com ironia disse quer «a tecnologia é mais espetacular do que a reforma institucional e é bem mais fácil de introduzir, o sucesso económico vende melhor que a coesão social» mas ressalvou que «daqui a depositar na tecnologia a infundada esperança de solução dos grandes desafios sociais vai um passo».

Também disse que «conetividade não é comunicação e um conjunto de dados não é uma teoria. Uma teoria pode ser invalidada pela experiência o que força a reconsiderar a teoria e conduz ao progresso. As teorias explicam, permitem fazer previsões. A trajetória das universidades e do conhecimento lembra-nos que a intuição, a criatividade, a inspiração artística e a experimentação cultural são tão necessárias como a tecnologia e tão úteis quanto as teorias. Por isso, temos a responsabilidade de nos constituirmos como espaços onde a criatividade possa florescer, espaços culturalmente inteligentes».

Acrescentou que «as universidades podem ajudar a tornar as cidades e a própria sociedade culturalmente inteligentes»

Defendendo uma educação universitária «verdadeiramente humanista» – usando palavras do primeiro reitor da UA, Vitor Gil, disse, defendeu que «para a Universidade de Aveiro continuar associada a atos de cultura de excelso mérito deve criar espaços e oportunidades para inspirar, refletir, errar. Sim errar e encontrar novas abordagens e soluções para os problemas».

Perguntou «que papel terão o conhecimento e a inteligência nestes debates, que esperar da inteligência artificial, o que é que a diferencia da inteligência humana?».

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