O PS de Aveiro, partido da oposição na Câmara de Aveiro, fez a declaração após a inauguração da requalificação do Rossio, dois dias depois e, resumindo a publicação nas redes sociais, diz que «este projeto conseguiu fazer o que pareceria difícil: comprometer as expetativas de um progresso desejável da urbanidade e simultaneamente diminuir as condições de resposta às incertezas ambientais (pouco auspiciosas) e aos riscos associados; cilindrar memórias coletivas boas sem acolher os cidadãos na construção de novos referenciais partilhados, e, ainda assim, despender, num tão mau resultado, uma exorbitância de recursos».
Admite que o Rossio «carecia de intervenção», responsabiliza os mandatos da coligação PSD/CDS pela «negligência» e lamenta que, «a reboque desta necessidade, se tenha concretizado o parque de estacionamento subterrâneo». Lamenta a falta de abertura para «discutir a possibilidade de não fazer o parque de estacionamento» e não compreende a entrega ao concessionário do estacionamento subterrâneo no mercado Manuel Firmino, o único municipal. Para o PS, «a solução faz convergir tráfego automóvel, de residentes e visitantes, num espaço que devia ser de fruição pedonal, de turismo e recreação» , está contra a circulação automóvel na rua João Mendonça, não nota a redução da pegada de carbono, «contrariando os próprios pressupostos do programa que o financiou» e critica «o reforço do investimento no centro».
Também está contra uma intervenção que «hipervaloriza as funções de atratividade turística, num centro fisicamente atrofiado, em detrimento de funções pré-existentes, da habitação e da vivência do bairro, mas, também, da desejável mobilização e valorização de outros interesses e valores urbanos e culturais da cidade». Segundo os socialistas, o «agravamento das alterações climáticas aconselhava posições de cautela quer em termos de segurança relativamente às inundações, quer quanto à exposição às condições ambientais de uso da praça, as quais não foram devidamente ponderadas». Reforço do papel do automóvel, «reforça a apropriação da cidade para fins de investimento financeiro e de marketing territorial, sem assegurar a qualidade da fruição urbana no local nem a distribuição espacial de benefícios noutras zonas da cidade» e o estacionamento em cave, cria «incertezas e ansiedade na comunidade, relativamente ao futuro».