A solução contra o aumento da pobreza no Bairro de Santiago é «usar mais meios para poupar mais» e não dispor de mais dinheiro, segundo a conclusão retirada de uma reunião realizada ontem entre as Florinhas do Vouga e a Segurança Social, noticia o Diário de Aveiro.
«Ao aumento dos problemas da pobreza em Aveiro, concretamente da população residente no Bairro de Santiago, em Aveiro, os técnicos da Segurança Social não responderam, ontem, numa reunião com as Florinhas do Vouga, com a disponibilidade de mais dinheiro mas através de medidas que passam por continuar a viver com o mesmo dinheiro, gerindo-o melhor.
O Padre João Gonçalves, presidente das Florinhas do Vouga, Instituição Particular de Solidariedade Social que presta serviços de apoio no Bairro de Santiago, retirou da reunião a aplicação de uma estratégia de «viver com mais serenidade e mais parcimónia nas economias de que dispõem».
O dirigente disse ao Diário de Aveiro que «as pessoas têm de entender que não pode ser de outra maneira». Quando «o país está em contenção, não basta abrir uma gaveta que o dinheiro está lá, se as Florinhas do Vouga não podem dar mais dinheiro porque não têm, embora a vida esteja mais cara, as soluções têm de ser outras». Por exemplo, usar mais o Banco Alimentar Contra a Fome, os bens excedentários da União Europeia e a possibilidade de tomar refeições na Cozinha Social de Santiago.
«Usar mais meios para poupar mais» é a única conclusão a partir da resposta da Segurança Social do encontro de ontem que serviu para as Florinhas apresentarem o agravamento dos problemas dos pobres que «estão a aumentar». «Os problemas de Santiago não estão resolvidos por estar lá as Florinhas», sustenta.
Por isso, a resposta é de dizer às pessoas «têm de fazer uma caminhada mais serena prestar-lhes um aconselhamento financeiro, um atendimento mais calmo».
O padre João Gonçalves não partilha da opinião de dar dinheiro sempre e cada vez mais porque «quanto mais subsídios mais subsidiodependentes serão as pessoas» mas desejava que o Rendimento Social de Inserção (RSI) fosse mais elevado» e que terá de haver «dinheiro para problemas concretos».
Nesta altura, o presidente da instituição diz que o RSI «não chega, a angústia da capacidade de resposta vão continuar, os dramas vão continuar e vai haver vez mais pobres». Mas deixa o aviso: «as respostas fundamentais têm de ser dadas». – Diário de Aveiro (edição on line não disponível)