Segunda-feira, 2 Dezembro 2024
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Pista de remo divide Federação e clube de Cacia

O presidente da Federação Portuguesa de Remo (FPR), António Rascão Marques, é o principal visado na polémica do financiamento da construção da pista de remo de Cacia, na apreciação feita pelo presidente da Colectividade Popular de Cacia (CPC), Jorge Afonso, que acusa aquele dirigente de prejudicar o projecto de Aveiro, noticia o Diário de Aveiro.

«Segundo Jorge Afonso, foi Rascão Marques que, «maliciosamente, deu a notícia aos jornalistas do Expresso», na qual é demonstrada a indisponibilidade financeira do Estado para financiar o projecto.

Contactado pelo Diário de Aveiro, o líder federativo diz que as afirmações «não têm o mínimo fundamento e não pode provar o que está a afirmar, é leviano». Para Jorge Afonso, a informação chegou ao Expresso através de Rascão Marques, depois de uma conversa informal com o secretário de Estado do Desporto, Laurentino Dias, na qual terá transmitido que o Estado não tinha dinheiro para financiar a pista, e o presidente da FPR terá passado a informação ao Expresso, refere o dirigente de Cacia, que diz saber tudo isto de «fonte limpa».

O presidente diz que não deu «informação nenhuma» e acrescenta que a Federação «não tem poderes para interferir nas decisões do Governo». Mas, apresentando como certa a informação que obteve sobre a origem da notícia, o presidente da CPC entende que o presidente da Federação deveria, antes, alertar a Câmara, a CPC e o Clube dos Galitos.

Secretário de Estado desvaloriza protocolo

Laurentino Dias já desvalorizou, na semana passada, em Aveiro, o «protocolo de colaboração» para financiamento da pista, assinado pela Câmara socialista e o secretário de Estado do Desporto, Hermínio Loureiro, do anterior Governo social-democrata. O presidente da FPR diz que foi um «presente envenenado». Foi assinado dois dias antes do início oficial da campanha eleitoral das legislativas, quando os autarcas e Governo «fazem tudo para ganhar votos», conclui o dirigente.
O presidente da federação concorda com o secretário de Estado, quando diz que teria valor se fosse um contrato-programa. Assim, são «intenções», resumiu Laurentino Dias. Rascão Marques confirma a falta de disponibilidade financeira do Estado, cerca de cinco milhões, metade do necessário para as obras, uma vez que Laurentino Dias «sempre se referiu à pista de Montemor-o-Velho e não a outra».

Entretanto, Laurentino Dias já prometeu não abandonar a Câmara e propôs uma reunião para dar uma ajuda na procura de fontes de financiamento. Rascão Marques disse que desconhecia este entendimento até ser contactado pelo Diário de Aveiro, e diz que «é bom para Aveiro» e que não vai «contrariar».

Contudo, está céptico quanto à possibilidade da pista ser construída. «Aveiro e a pista do Rio Novo do Príncipe perderam a batalha, foram ultrapassados por Montemor-o-Velho», disse ao Diário de Aveiro, acompanhando o discurso do Governo, segundo o qual «entre um investimento de três milhões de euros e uma pista de 12 milhões logicamente que nenhum responsável da Federação quer abrir uma guerra com o Governo».

Sobre uma eventual colaboração entre a autarquia e a FPF, chama a atenção que «a Câmara nunca contactou a Federação, sob a nova direcção», mas ressalva que este impasse «não é um problema da Federação, é do poder autárquico». «Se há algum responsável é das autarquias», conclui.» (Diário de Aveiro)

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