Falta de consenso entre PSD e PP, no âmbito da coligação do Governo para construir um novo hospital para Aveiro e de diálogo entre a Câmara de Aveiro e os organismos da saúde contraria os interesse da população de Aveiro, diz o PCP em comunicado.
Os comunistas censuram a Câmara por desenvolver um projecto imobiliário para os terrenos dos antigos Armazéns Gerais, “ao arrepio das deliberações da Assembleia Municipal, que os reservaram para o alargamento do Hospital”.
O PCP diz que é preciso “empenhamento, capacidade para reconhecer erros do passado e disponibilidade para encontrar soluções que sirvam o futuro daquelas instituições e das pessoas que por elas são servidas”.
Dirigindo-se ao PSD classifica os social-democratas de hipócritas por acusarem a Câmara de “inviabilizar a expansão do Hospital Infante D. Pedro com a operação financeira relativa aos terrenos – acusação que nem sequer é rigorosa – omite que é o Governo PSD-PP quem acaba de anunciar a indisponibilidade, por tempo indeterminado, de meios para financiar a referida expansão”.
Quanto ao “esbracejar dos elementos locais do CDS-PP, dirigido ao Ministro da Saúde, à ARS e ao Administrador do Hospital, apenas procura fazer esquecer que o PP é parte do Governo e que todos os membros da Governo são solidariamente responsáveis pela totalidade das suas decisões, de nada valendo a pretensa «ligação a Aveiro» de Paulo Portas”.
Sobre as declarações recentes em Aveiro do Ministro da Saúde, que recusou a construção de um novo hospital para Aveiro e apontando uma ampliação “eventualmente a prazo”, diz tratar-se de uma posição de “profundo desprezo pelas necessidades e aspirações de Aveiro e da sua região”.
Além do plano de obras da tutela defraudar a intervenção que o PCP diz ser necessária, consideram “colocou em maus lençóis as estruturais locais do PSD e do PP”.
Mas a questão não é de agora. Segundo os comunistas, a origem encontra-se há uma década quando decisões do Governo PSD “determinaram a diminuição da área de influência do Hospital de Aveiro – situação denunciada por esta Comissão Concelhia em Maio de 1992- e a ausência continuada de investimento do Orçamento de Estado”.
Mas não só o PSD, porque as medidas que desvalorizaram o hospital de Aveiro “tiveram continuidade nos Governos do PS”.
Para os comunistas nunca esteve planeado um novo hospital. Também com Correia de Campos na governação socialista, esteve sempre na mesa apenas “melhoria das instalações”.