Perto de um milhão de euros foi quanto custou à Câmara de Anadia a remodelação dos Paços do Concelho, obra ontem inaugurada pelo secretário de Estado da Administração Local, noticia o Diário de Aveiro.
«Um edifício completamente renovado, onde foram apenas aproveitadas algumas paredes, sobretudo devido à sua robustez. Eis como se apresenta o nono imóvel da câmara de Anadia, ontem inaugurado. Um espaço que contempla novas secções, sendo a mais visível a criação de uma frente de atendimento no rés-do-chão, que concentra os Serviços Municipalizados, a secção de Taxas e Licenças, a tesouraria, secção de expediente geral e secção de licenciamento de Obras Particulares. Outras alterações registam-se ao nível do Salão Nobre, da Assembleia Municipal e do Executivo. A maior parte dos Serviços Técnicos e as secções de aprovisionamento, de contabilidade e de pessoal permanecem no edifício de ampliação.
Apesar da modernidade e funcionalidade exibida pelo imóvel, aqui e ali, há quem critique o facto do «edifício ter ser descaracterizado», ouvindo-se sobretudo palavras menos elogiosas, pelo facto da autarquia ter optado por não manter uma escadaria antiga de acesso ao piso superior.
Conhecedor destas críticas, Litério Marques, na sua intervenção, não deixou de lhes fazer alusão, sublinhando que «as novas obras perturbaram a sensibilidade dos mais conservadores, que terão alguma dificuldade em compreender ou desconhecem as novas exigências de uma administração moderna, não entendendo, por vezes, que hoje em dia é cada vez mais necessário acompanharmos os novos desafios que exigem comodidade, funcionalidade, rapidez e eficácia».
Aproveitando a presença do governante, o presidente da autarquia anadiense, não deixou escapar algumas críticas e reivindicações. O caso do PDM, que está em revisão há largos anos, culpando o autarca a burocracia por tal facto; e a necessidade de um nó de acesso à A1 foram dois dos casos apresentados.
Para Litério Marques, as autarquias locais vivem «um autêntico sufoco, necessitando de apoio concertado do poder político para que as autarquias possam cumprir a sua missão e os objectivos que traçaram». Uma afirmação que, seguramente, tem em conta as obras que a edilidade tem em curso, e que se apresta para colocar ao dispor da população, como são os casos do Pavilhão dos Desportos, a Biblioteca Municipal, o Mercado Municipal, o Cine-Teatro, o Complexo Desportivo e as instalações da Agência de Desenvolvimento Regional.
Na resposta, Eduardo Cabrita, pouco disse esclarecedor para a Câmara de Anadia, mas manifestou a intenção do Governo em imprimir o maior rigor orçamental em todas as áreas. «Os recursos têm que ser geridos com eficiência, temos que ser selectivos», referiu o governante, sublinhando que estão em marcha novas regras e formas de actuação, também para as autarquias, nomeadamente ao nível do Licenciamento Industrial, «onde pretendemos eliminar os obstáculos ao desenvolvimento e ao nível da desburocratização de processos». (Diário de Aveiro)