Segunda-feira, 9 Dezembro 2024
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Mealhada contra traçados da TGV

A Câmara da Mealhada considera más as duas soluções de traçado (nº 4 e nº 5) para a Ligação Ferroviária de Alta Velocidade (TGV) entre Lisboa e Porto, no troço entre Soure e Mealhada, devido a «incidências fortemente negativas que vão, previsivelmente, ter sobre o território e as dinâmicas sociais e económicas locais».

O traçado 5 é uma “forte ameaça ao desenvolvimento sustentado do território concelhio pois o facto do corredor rasgar verticalmente o território, numa zona densamente povoada, estabelece-se como um elemento instabilizador das dinâmicas territoriais instaladas”, segundo o texto da exposição a enviar pela Câmara à Agência Portuguesa do Ambiente, no âmbito do período de consulta pública do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) do projecto.

O documento foi aprovado esta semana, por unanimidade, em reunião de Câmara. Segundoa. Segundo comunicado de imprensa, o traçado «afectaria, seriamente, as freguesias de Antes, Barcouço e Casal Comba, precisamente aquelas que, com Mealhada e Pampilhosa, “observaram, ao longo das últimas décadas, um maior dinamismo em termos demográficos, urbanísticos e económicos”»

Por isso, “o traçado 5 sobre estas freguesias,« deverá ser completamente posto de parte, sob pena de uma parte do capital social e económico deste concelho ficar estrangulado».

Quanto ao traçado nº 4 «apresenta um conjunto de impactos negativos.” É «au para o concelho, por afectar uma área do Município substancialmente menor, mas, ainda assim, menos mau do que o nº5»

«Contudo, a tipologia é outra e os impactos “têm uma incidência bastante localizada, contrariamente ao que sucede com o Traçado nº 5, onde os impactos, além da incidência local, influenciam, ainda, um conjunto de dinâmicas territoriais que dizem respeito a todo o território municipal», lê-se no documento que vai ser enviado à Agência Portuguesa do Ambiente.
As as principais afectações do traçado nº 4 «prendem-se, essencialmente, com os recursos agrícolas e com os impactos de ordem sócio-económica», lê-se no documento.

O traçado 4, ao passar nas imediações de Grada, Cavaleiros e Póvoa de Garção, «constitui uma ameaça não só para a qualidade de vida daquelas populações, devido ao aumento do ruído e das vibrações, como para alguns imóveis (designadamente um vacaria em Póvoa de Garção) e para a paisagem ( por causa do viaduto a construir entre Cavaleiros e Pisão)».

O documento refere-se ainda à afectação de cerca de 56 hectares de vinha, o principal recurso da freguesia de Barcouço.

Relativamente às medidas de minimização dos impactos previstas no Estudo de Impacto Ambiental (EIA), ao nível do ruído, da paisagem e do restabelecimento das ligações viárias e das linhas de água, o executivo municipal considera-as manifestamente insuficientes, sugerindo a inclusão de outras( na fase de construção), como a relocalização das industrias e unidades agrícolas afectadas (na fase de construção) por forma a que “as actividades possam prosseguir noutro local com o mínimo de danos possível”.

A Câmara sugere, ainda, “a monitorização (na fase de exploração) do impacto das vibrações nas estruturas edificadas” e que sejam previstos mecanismos “de compensação ou a realização de obras de conservação, em caso de desvalorização económica” dessas estruturas.

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