O estudo apresentado esta quinta-feira em Aveiro revela que «há uma falsa crença dos clínicos, de que os idosos não apresentam uma vida sexual activa e como tal que a sida não existe neste grupo etário» quando há uma tendência «crescente da infecção VIH/sida nesta faixa etária, sendo a vida sexual a principal forma de contágio».
O estudo apresentado no 2º congresso «Pandemias na Era da Globalização», coordenado pelos Hospitais da Universidade de Coimbra, demonstra que os idosos são o grupo etário onde se verifica «o maior aumento da incidência de VIH/sida, nos países desenvolvidos».
São cerca de 12,4% de casos notificados em Portugal desde 1983, que incluem pessoas com idades acima dos 50 anos. Em 2003, o número de casos de sida nos idosos com mais de 65 anos de idade foi superior ao número de casos na década de 1983-1993, pois esta infecção nos idosos não é frequentemente detectada de forma precoce.
Segundo o mesmo estudo, «o surgimento de novos fármacos que promovem uma vida sexual activa contribui largamente para este facto, além de que os idosos pertencem a uma faixa etária muito pouco informada acerca dos perigos de contágio devido à ausência de campanhas de sensibilização que visem uma atitude defensiva, com o uso de preservativo».
Para Meliço-Silvestre, director do Departamento de Doenças Infecciosas dos HUC e presidente do congresso, «um outro factor preponderante na infecção VIH/sida nos idosos relaciona-se com outras doenças crónicas próprias do processo de envelhecimento que mascaram os sintomas de Sida e que induzem um diagnóstico errado ou inconclusivo».
O congresso realiza-se até sábado no Hotel Meliá Ria.