O Governo português recuou na estratégia, depois de Espanha ter decidido não incluir Salamanca na sua rede de Alta Velocidade, noticia hoje o Jornal de Negócios.
O anúncio foi feito enquanto decorre em Salamanca o I Encontro Luso-Espanhol de Logística, constituindo uma mudança de planos que já levou a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino a mudar estratégia nacional.
Esta quinta-feira, Ana Paula Vitorino manteve a data prevista para a conclusão da obra de ligação feroviária ao Porto de Aveiro , 2009, altura em que o Porto de Aveiro ficará «ligado à rede ferroviária nacional através das Linhas do Norte e da Beira Alta e, futuramente, à linha mista de velocidade elevada Aveiro – Salamanca, prevista no âmbito da Rede Ferroviária de Alta Velocidade”», disse.
Uma ligação que permitirá articular os pólos logísticos da Zona portuária e de Cacia da plataforma portuária de Aveiro, «potenciando o aumento da movimentação de cargas por caminho-de-ferro a todo o hinterland portuário».
«Transformar» Portugal numa «plataforma atlântica» para os mercados ibérico e europeu foi o sentido do discurso da secretária de Estado dos Transportes.
A Secretária de Estado apresentou como «vantagem competitiva» o facto do que o porto de Aveiro ser o mais perto de Salamanca, particularmente a partir de 2009, quando estiver concluída a ligação ferroviária às linhas do Norte e da Beira Alta.
Para a governante, a cooperação em matéria de política de transportes e de grandes infra-estruturas de ligação entre Portugal e Espanha constitui «um domínio estratégico para a afirmação da competitividade internacional da economia dos dois países».
São quatro os grandes objectivos do Governo relacionadas com as grandes redes transeuropeias de transportes: a integração do território nacional no espaço europeu de mobilidade das pessoas, com destaque para as articulações com a rede ferroviária europeia de alta velocidade e para o desenvolvimento do transporte aéreo; garantir que os corredores prioritários viabilizem uma atenuação da perificidade e um acesso eficiente das mercadorias a todo o território ibérico e europeu; assegurar as condições de intermodalidade rodo-ferroviária, marítima e aérea que contribuam para a internacionalização da economia nacional e desenvolver o transporte marítimo de curta distância, potenciando alternativas, e criar novas oportunidades para o transporte ferroviário internacional de mercadorias, numa lógica de interoperabilidade”.