A Câmara de Aveiro Municipal diz que o Eixo Estruturante não faz parte do Plano Rodoviário Nacional e por isso o Estado não assume a sua concretização nem comparticipação, noticia o Diário de Aveiro.
«O presidente da Junta de Eixo, Carlos Anileiro, alertou esta segunda-feira o Executivo municipal, durante a reunião pública, para a necessidade de construção do Eixo Estruturante que ligará Aveiro a Águeda. O objectivo, como defende, será libertar a freguesia do intenso tráfego que circula diariamente na Estrada Nacional N.º 230 e que atravessa a localidade.
O presidente da Câmara Municipal de Aveiro anunciou, durante a mesma sessão, que neste momento o Eixo Estruturante não integra o Plano Rodoviário Nacional (PRN). Significa que, segundo o edil, «não estando, o Estado não assume a sua concretização nem comparticipação».
A Câmara Municipal também considera necessária a criação daquela via, afirmando Élio Maia que estão a ser envidados esforços no sentido de a incluir no PRN – que define a rede rodoviária nacional. «Essa inclusão é essencial, pois sem ela não haverá Eixo Estruturante», frisa o presidente da Câmara de Aveiro.
Relativamente à Variante Norte, outra via que o presidente da Junta de Eixo considera essencial mas que diz estar «esquecida», Élio Maia adianta que tem de ser incluída no Plano Director Municipal aquando da sua revisão.
Ambos os assuntos foram levantados durante a reunião pública pelo antigo presidente de Junta de Eixo, Joaquim Abreu, que recordou a luta travada durante largos anos para que as vias fossem construídas. A Estrada Nacional N.º 230 é um caos na freguesia de Eixo. Além de estreita, tem curvas. Há também muitos cidadãos que não respeitam quem passa, estacionando os automóveis em plena via de circulação, dificultando a condução. O ex-autarca calcula que por dia atravessam a localidade cerca de 20 mil veículos, incluindo pesados.
Carlos Anileiro está confiante no trabalho da Câmara Municipal que, pela primeira vez, no pós-25 de Abril, «tem a mesma cor que a Junta». «É com renovada esperança que contamos que esta simbiose sirva perfeitamente os interesses da freguesia de Eixo», acrescenta o autarca local.
O vereador da oposição, Marques Pereira, não gostou do que ouviu e defende que «tem de haver um critério de isenção, pois todos têm de ser beneficiados por igual». «Espero que a freguesia não seja beneficiada por causa disso. Se for é mau para Eixo, é mau para a Câmara e para o concelho, que tem de crescer a uma só velocidade», acrescenta o autarca socialista.
Carlos Anileiro remata, dando conta de que «Eixo tem tudo e falta-lhe tudo». O anterior presidente da Junta, Joaquim Abreu, que marcou presença na reunião pública do Executivo, recorda que «muito dinheiro foi desviado para obras megalómanas em detrimento das freguesias rurais».
O actual presidente diz que a freguesia tem zonas asfaltadas, mas em mau estado; que há iluminação pública, mas insuficiente; o saneamento básico não chega a todos; o Centro Cultural está degradado e que o Parque da Balsa tem uma ponte de acesso em «miserável estado». (Diário de Aveiro)