Sábado, 12 Outubro 2024
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Condições da cultura são «por natureza, precárias»

Com um plano de apoios e um programa cultural para os próximos meses, o balanço que a Câmara de Aveiro faz das consequências da pandemia é de «espetáculos, digressões, festivais e outros compromissos cancelados, com consequências devastadoras para o setor: investimentos sem retorno, corte abrupto de receitas e eventual perda de mão-de-obra, entre muitas outras».

Efeitos negativos «numa área já de si depauperada, onde as condições são por natureza precárias e os resultados financeiros pouco mais garantem do que a subsistência das estruturas». A autarquia lembra que «o desaparecimento destas estruturas representará a perda de rendimentos para toda uma cadeia de profissionais, desde artistas a técnicos e fornecedores, assim como a perda de receitas para o restante tecido económico».

Mas também, segundo a autarquia, «uma perda duradoura da oferta cultural e comprometerá a capacidade, o esforço e o investimento de muitos anos na conquista e fidelização de públicos».

Para contrariar o «ciclo recessivo» de um setor que «é frágil», a autarquia lançou um plano de apoios de modo a manter-se a oferta cultural na sociedade e a criar oportunidades para os artistas e estruturas do sector a um nível local e nacional».

A Câmara promete a «manutenção dos compromissos já firmados, como a encomenda de conteúdos adequados ao período atual, o que implicou um novo acordo e redesenho de programação para os próximos meses, assim como a implementação de um plano de ação através do universo digital com alocação dos meios necessários à sua concretização».

Cultura pós-pandemia
Os espetáculos regressam ao Teatro Aveirense com um concerto de António Zambujo no dia 6. A programação será reativada com cinema, dança, teatro, comédia e música. A Câmara assume o custo adicional da redução do número total de espectadores do Aveirense nos meses em que se mantiverem as limitações legais e sanitárias decorrentes da Pandemia.

A autarquia planeia uma «programação regular» de conteúdos digitais para públicos diferenciados, uma estratégia a implementar através da criação de um novo site e de uma maior presença do Criatech ao longo do ano, com ações que irão para lá da realização do festival em outubro.

Também anuncia «maior presença no espaço público, a apresentar já este ano com uma Programação de Verão em vários espaços da cidade em agosto. Em julho o Festival dos Canais, será diferente este ano. Em dois fins-de-semana com instalações artísticas no espaço público, espetáculos de menor dimensão em recintos fechados e em espaço público com lugar marcado. Será feita uma aposta nos artistas locais.

A autarquia anuncia a estreia, em agosto, de um «ciclo de programação municipal de verão» anual ,com iniciativas ao ar livre em vários locais e um evento, de 1 a 9 de agosto, «com diferentes manifestações artísticas, e proporcionando um apoio dirigido ao sector cultural de Aveiro, no que se contam artistas, técnicos,produtores e empresas locais e alguns nomes de âmbito nacional».

Anuncia também a produção de três murais em azulejo, no Museu da Cidade, no Canal da Fonte Nova e no Cais da Fonte Nova, concebidos por Ana Aragão, Fatinha Ramos e João Fino, três autores convidados a criarem uma obra a colocar em espaço público, com a utilização do azulejo.

Será criado um novo website para o Teatro Aveirense, plataforma de conteúdos em ambientes digitais, alojada no website do projeto Aveiro 2027 – Cidade Candidata a Capital Europeia daCultura, o site dos Museus de Aveiro, e quatro vídeos promocionais dos museus de Aveiro.

Será realizado o Festival Criatech, reativação das Criatech Artistic Residences, ciclo de acções artísticas com performances e instalaçõesde arte e criatividade digital apresentadas em espaços não convencionais, segundo o projeto ”O território como palco”.

Do plano para os equipamentos culturais faz parte a reabilitação do Teatro Aveirense, requalificação museográfica do Museu da Cidade, ativação da Biblioteca Municipal Itinerante/Posto Municipal de Informação, abertura da nova Biblioteca Municipal no edifício Fernando Távora, a inaugurar, no mesmo imóvel do Centro de Documentação, Livraria Municipal, Espaço de Criação Tecnológica e coworking, Praça do Investidor e uma Área de Jogos e educação STEAM, reabilitação do Centro de Congresso de Aveiro e recuperação da Igreja das Barrocas.

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