A preocupação e muito medo são os sentimentos que passaram a dominar os pequenos comerciantes de Anadia logo que tomaram conhecimento que, para além dos dois supermercados já existentes (Modelo e Lidl), vêm aí mais quatro superfícies comerciais
(Pingo Doce, Intermarché, Mini Preço e, provavelmente, Feira Nova) que vão ser instaladas no centro da pequena cidade bairradina, noticia o JN.
«O presidente da Câmara, Litério Marques, “apadrinha” a chegada de mais espaços de comércio com a justificação de que vêm “humanizar Anadia”, que “passará a ter, assim, mais gente durante o fim-de-semana”.
Alheio às críticas, Litério Marques prefere falar das virtudes dos novos supermercados “Anadia vai deixar de ser uma cidade deserta e sem vida”.
O autarca, que admite analisar novos pedidos para além dos já referenciados, sublinha, também, o facto de as novas superfícies comerciais criarem “uma centena de postos de trabalho directos” e garante que “não vão afectar o pequeno comércio”.
Opinião diferente têm os lojistas, que, ao JN, confessaram temer os “dias que se avizinham negros”. Estão apreensivos e receiam uma quebra nas vendas maior do que a que já se tem vindo a verificar.
O MiniPreço vai localizar-se ao lado das Caves Valdarcos, perto do Modelo. O Intermarché ficará instalado próximo da Cerâmica de Anadia e o Pingo Doce será o supermercado privilegiado em termos de localização, porque vai situar-se no centro da cidade, na zona do Vale Santo.
Rui Marinha, vereador do PS, mostra-se muito reticente com a quantidade de supermercados e desde logo discorda da localização do Pingo Doce “Fica perto do hospital, fora do enquadramento paisagístico e urbanístico”, diz.
Orlando Cruz, proprietário de uma frutaria no centro da cidade, considera que “Anadia é pequena demais para ter esta concorrência toda”.
Miguel Roque, líder da Associação Comercial e Industrial da Bairrada, considera que seis supermercados, em Anadia, “vão agravar ainda mais os problemas, já por si críticos, do comércio tradicional deste concelho”. E deixa um conselho “Os lojistas têm de apostar cada vez mais na formação dos seus colaboradores e organização das suas lojas”.» (JN)