O presidente da Câmara de Águeda, com mandato suspenso, decidiu não fazer declarações este fim de semana, contrariando o que tinha anunciado sobre o desejo de apresentar a sua versão relativa ao caso em que é suspeito da prática de peculato.
Castro Azevedo terá recuado a conselho do seu advogado.
O autarca foi ouvido no Tribunal Judicial de Águeda na sequência de investigações da Polícia Judiciária que indiciaram relações ilícitas entre a Câmara e a empresa Unicola, do deputado do PSD António Silva, cuja análise de facturas sugere a alegada prática dos crimes de peculato e corrupção.
Trata-se de facturas emitidas pela empresa à Câmara pela venda de bens. Uma queixa apresentada pelo PS junto da Procuradoria Geral da República refere que os valores das vendas surgiam em duplicado.
A investigações da Judiciária incluiram buscas na Câmara e em casa do deputado António Silva, eleito pelo PSD e presidente da concelhia do partido.
O deputado apenas será interrogado depois de levantada a imunidade parlamentar. António Silva já disse que está a ser vítima de uma cabala.
Na última campanha eleitoral para a autarquia de Águeda, em que o PSD venceu uma coligação PS-CDS-PP, os socialistas acusavam Castro Azevedo, agora no segundo mandato, de passar facturas em duplicado de bens vendidos pela empresa à Câmara