Sábado, 15 Março 2025
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Câmara insiste para fechar aterro de resíduos de Eirol

A Câmara de Aveiro «continua a pressionar para o encerramento do aterro sanitário da ERSUC», localizado em Eirol, diz em comunicado difundido esta segunda-feira, e a sua substituição por uma “Unidade de Incineração/Valorização Energética de Resíduos urbanos», em Barreiro de Besteiros, Viseu, «nos termos já defendidos e apresentados publicamente pela própria Associação de Municípios da Região do Planalto Beirão / ECOBEIRÃO». Nesse sentido, apoia a «solução apontada no “Plano de Ação TERRA – Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais”», apresentada esta sexta-feira, «assumindo a opção de construir uma incineradora na região Centro, terminando com a deposição em aterro, uma das conclusões do “Grupo de Trabalho dos Aterros” que o Governo instituiu».

O aterro de Aveiro – Unidade de Tratamento Mecânico Biológico (UTMB) de Eirol –  «está perto de esgotar a sua capacidade» e a ERSUC «pretende, até junho de 2028, expandi-lo até uma capacidade de 1.200.000 toneladas» mas, para a Câmara, «é tempo – ao fim de muitos anos, de anos demais – de começar a pensar numa nova solução técnica. Há mais de duas décadas que os resíduos de vários municípios da Região são dirigidos para Aveiro, o destino dos resíduos deverá passar a ser outro», segundo a Câmara.

No parecer do presidente da Câmara, enviada a esse grupo de trabalho, Ribau Esteves refere que «é urgente uma decisão sobre o investimento numa nova estrutura de unidades de tratamento e valorização de resíduos urbanos, lamentando-se o arrastamento da abordagem deste assunto assumido por governos anteriores». Mas, valoriza a «prioridade dada, pelo atual Governo, a esta matéria».

Entretanto, a Câmara poderá aceitar negociar a localização da unidade de tratamento que vai substituir o UTMB de Aveiro em simultâneo com a continuidade da operação do UTMB e seu aterro com condicionante de limitação temporal e concretização prévia de investimentos que aumentem a sua sustentabilidade ambiental e boa relação com as zonas urbanas envolventes, nomeadamente a construção do arruamento não urbano paralelo à A1, entre a rotunda do UTMB e a antiga EN 230, integrando uma conduta dedicada aos esgotos do UTMB a ligar diretamente à Estação Elevatória da AdCL de Eixo; a construção de um nó rodoviário no cruzamento da A1 com o Eixo Rodoviário Aveiro Águeda (a construir), dada a sua proximidade com a rotunda da entrada no UTMB e selagem imediata, completa e devidamente cuidada do Aterro Sanitário de Taboeira».

Recolha seletiva O município de Aveiro registou em 2024 um «crescimento notável na recolha seletiva de resíduos para reciclagem», aumentando 35%, passando de 5.511 toneladas em 2023 para 7.464 toneladas em 2024», destacando-se «o significativo incremento nos biorresíduos» da hotelaria, restauração e cafés, cantinas de estabelecimentos de ensino, IPSS, entre outros.

A recolha seletiva “trifluxo porta-a-porta”, em 2023 atingiu as 1.087 toneladas de resíduos, valor que duplicou no ano seguinte, passando para as 2.357 toneladas. Quanto aos biorresíduos, foram recolhidas 406 toneladas em 2023 e 1.048 em 20240, abrangendo mais de 5.500 moradias e 331 hotéis, restaurantes, cafés, e outros estabelecimentos ligados ao canal HORECA, numa operação gerida com a Veolia.
Estes valores resultam, segundo a Câmara, de ações de sensibilização sobre a reciclagem e da compostagem doméstica; atividades dirigidas aos mais novos; a EcoAventura – Ação pelo Ambiente, que celebra a Semana do Ambiente da União Europeia; o projeto das Bandeiras Verdes, atribuídas em 2024 a 35 estabelecimentos de ensino público de Aveiro; a entrada em operação, em 2018, da Veolia, a empresa de recolha de resíduos urbanos «que fez toda a diferença na gestão dos resíduos municipais»; a criação do ecocentro municipal, que em 2024 recebeu 1.048 toneladas de resíduos, mais 642 toneladas do que no ano anterior – em 2023.

Reciclagem Aveiro registou uma taxa de reciclagem de 17,87% em 2024, 13,69% em 2023. O volume total de resíduos urbanos recolhidos em 2024 foi de 41.776 toneladas, mais 1.513 toneladas do que em 2023. «Este crescimento de produção de resíduos conseguiu ser “desviado” para os resíduos seletivos, pois os resíduos urbanos indiferenciados voltaram a registar uma redução. Entre 2018 e 2024 os resíduos urbanos indiferenciados diminuíram mais de 2.200 toneladas».
Entre 2018 e 2024 registou-se um aumento de 4.320 toneladas na recolha de resíduos urbanos seletivos, passando de 3.144 para 7.464 toneladas. Entre 2023 e 2024, foram recolhidas mais 1.953 toneladas de resíduos urbanos seletivos: em 2023, contabilizaram 5.511 toneladas e no ano passado 7.464.

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