Quarta-feira, 5 Novembro 2025
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Alberto Souto move ação em Tribunal contra Ribau Esteves, por difamação, e arrasa os mandatos

O ex-candidato do PS à Câmara de Aveiro, Alberto Souto, diz num texto publicado nas redes sociais que o ex-presidente, do PSD, Ribau Esteves, responderá em tribunal por difamação, terá a Inspeção Geral das Finanças (IGF) a inspecionar o financiamento do livro, pela autarquia, “Aveiro Coragem de Mudar com Ribau Esteves”, e uma investigação do Ministério Público quanto ao Plano de Pormenor do Cais do Paraíso. Quanto ao conteúdo do livro, escreve Alberto Souto: «sobre as demais referências com que me mima, são do foro da difamação e serão tratadas no lugar próprio: Ribau Esteves já tem cadastro por crime deste género e é reincidente». Sobre o financiamento do livro, de 13.350 euros, «a IGF que diga quanto deve devolver».

«O “livrinho”», como diz, é o ponto de partida para um texto que Alberto Souto publicou este domingo, no qual também fala em «gestão danosa» relativamente ao custo da obra do Rossio, 20,5 milhões de euros, e reprova o que o ex-presidente fez nos três mandatos. «Talvez se se dedicasse mais a Aveiro, em vez de dispersar a sua importantíssima pessoa por tantos fóruns, cioso de protagonismo pessoal, talvez se delegasse mais e concentrasse menos, talvez se fosse mais educado com os seus interlocutores, talvez se soubesse ouvir os outros, talvez tivesse conseguido fazer muito mais e melhor», escreve, considerando que «fez muito pouco e fez muito mal».

Nota «pouco rasgo e uma gestão dispersa e em função do seu próprio ego que explicam tamanha insignificância», sendo que «das 102 obras, 50 não são novas, mas apenas de requalificação de estradas ou de equipamentos existentes, (…) são serviços de manutenção (…) as duas casas mortuárias, um centro funerário em concessão, três relvados sintéticos, os campos de treino no EMA, o novo ferry-boat» e «pouco mais» e «algumas pateguices e decorações urbanas falhadas, a bolinha das pontes, a réplica da muralha».

Resumindo, «foi de derrota em derrota, ganhando sempre eleições. A fanfarronice dá muitos votos». As derrotas foram no «novo Hospital de Aveiro», ligação Aveiro-Águeda sem financiamento garantido, a urbanização da antiga Lota «nem uma pedrinha»; a derrota da candidatura de Aveiro a Capital Europeia da Cultura; as portagens na A25 continuam; sem novas habitações sociais, modernização da Linha do Vouga na zona de Aveiro, novas zonas industriais e ex-centro de Saúde Mental de S. Bernardo, piscina municipal e canil/gatil.

O livro contém «algumas mentirolas e difamações, deselegâncias bastantes para pessoas e instituições, leviandades opinativas, teorizações de pacotilha e uma infinita presunção das suas altérrimas qualidades, que só o próprio reconhece, os acólitos bajulam, os cínicos lisonjeiam e os basbaques aplaudem», diz o socialista.

Apelida Ribau Esteves de «Fernão Lopes da Gafanha», «com finíssimo estilo de pedregulho académico» e critica o seu «trato pessoal de calhau». Sobre os dois prefácios, o de Luís Montenegro, este «não resiste a escrever que o autor “não disfarça gostar de (…) verbalizar “tiradas” consideradas no limite do exagero”, chama desbocado ao autor que prefacia». O de António Costa, «a bem da honestidade, avisa explicitamente que nem sequer leu o livro (!!) e está tudo dito…».

Sobre a Av. Lourenço Peixinho «foi totalmente descaracterizada» e o dique do Rio Novo do Príncipe é «uma oportunidade perdida» porque «Ribau Esteves desistiu da Pista de Remo e não disse nada aos aveirenses sobre essa sua capitulação». Depois, há «o que deixou armadilhado», como o prédio de 12 andares no Cais o Paraíso «sob investigação no Ministério Público»; o pavilhão-oficina de 20 milhões de euros; a demolição da casa da Cerciav; a «construção de um caixote na antiga biblioteca»; da nova escola Homem Cristo e o plano para a antiga Lota.

Dá os «parabéns» pelo novo cargo (em negociação com Luís Montenegro) de Ribau Esteves mas diz que «se na CRESAP – Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública fizessem uma ecografia à coluna vertebral, havia muita gente que nunca seria nomeada para nada».

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