A segunda semana da campanha das autárquicas, a seis dias das eleições, começou mal para da coligação PSD-CDS-PPM, com a notícia na Ria “ADSE confirma uso indevido de Catarina Barreto”, candidata à Junta de Aradas, provocando um terramoto na Aliança com Aveiro, embora não considerasse um caso grave.
Nas redes sociais, onde a coligação comunica mais, o candidato à Câmara Luís Souto, que reduz o caso a um “erro administrativo” – e se Catarina Barreto devolveu o dinheiro o caso está «encerrado» – publicou um vídeo precisamente em Aradas, no interior de um ginásio, no mesmo dia da publicação da notícia. Com programas eleitorais nas mãos, elevando e baixando os papéis, como se exercitasse os bíceps, escreveu: «Parámos também num ginásio porque uma boa campanha, tal como uma boa cidade, faz-se com equilíbrio, força e muita postura. O nosso programa tem peso».
Além do vídeo no ginásio, a campanha da Aliança continuou nas redes sociais com imagens de distribuição e contacto com eleitores em vários sítios.
Mas o tema foi muito explorado pelos seus adversários. Para Paula Urbano Antunes, presidente do PS de Aveiro, Catarina Barreto «beneficiou indevidamente deste sistema de proteção na saúde cujos destinatários são trabalhadores com contrato de trabalho em funções públicas. Não é o caso de uma presidente de junta». Por isso, conclui que «prestou falsas declarações ao preencher uma ficha de inscrição na ADSE que a própria, enquanto dirigente máxima do serviço, remeteu. Para ele (Luís Souto) está tudo bem. Sejam os insultos a um jornalista, as infrações de trânsito ou as falsas declarações prestadas a um instituto público, por parte de uma sua candidata a uma junta de freguesia».
Para Diogo Machado, do Chega: «Se para Luís Souto, “o caso está encerrado”, para o CHEGA não está». E apresenta uma lista sobre «o que falta saber e do que foge Luís Souto». Designadamente, sobre «o montante de que (Catarina Barreto) beneficiou» e «Quem pagou todas as despesas com advogados e custas judiciais?».
Promete «depois de 12 de Outubro investigar toda esta situação profundamente e exigir todas as explicações e responsabilidades» e questiona ainda «o PS Aveiro e Alberto Souto, aos quais nunca ouvi, nem li, uma palavra sobre todo este caso».
João Moniz, do BE, estranha que a presidente da Junta de Freguesia de Aradas «tenha aparentemente protelado a divulgação desta informação», que «procure agora atribuir responsabilidades aos serviços da Junta» e pede «esclarecimentos devidos por parte dos principais protagonistas o mais rápidos possível atendendo à gravidade dos detalhes»