A Universidade de Aveiro (UA) foi uma das três universidades europeias escolhidas pela Agência Espacial Europeia (ESA) para participar na edição de 2025 do “Concurrent Engineering Challenge”, «um dos programas educacionais mais relevantes da European Space Agency (ESA), mobilizando estudantes de mestrado e doutoramento entre 7 e 11 de abril, no Departamento de Eletrónica, Telecomunicações e Informática (DETI), oferecendo-lhes a «a oportunidade de trabalhar como engenheiros num projeto espacial».
Além da UA, A Cranfield University, do Reino Unido, e o Politecnico di Milano, de Itália «colaboram e competem em simultâneo, utilizando ferramentas e metodologias idênticas às aplicadas em projetos da ESA». É uma experiência para «desenvolver competências técnicas, de comunicação e trabalho em equipa, num ambiente multidisciplinar e internacional com o objetivo de «desenvolver um sistema para resolver um problema colocado pela ESA no início do evento».
A UA assumiu o compromisso de desenvolver uma Concurrent Engineering Facility, um «conjunto de computadores equipados com o software necessário para desenvolvimento de um satélite, sendo que os vários subsistemas que compõem um satélite é feito em paralelo por várias equipas».
Pedro Casau é o diretor do Mestrado em Engenharia Aeroespacial da UA, que apresenta as três grandes vantagens em participar nesta iniciativa:
«Em primeiro lugar, proporciona aos alunos uma experiência prática num ambiente de engenharia colaborativa, simulando cenários reais do setor aeroespacial. Essa abordagem permite-lhes aplicar conceitos teóricos a desafios concretos, promovendo uma aprendizagem mais profunda. Em segundo lugar, os alunos têm a oportunidade de trabalhar em equipas multidisciplinares, o que reforça competências essenciais como comunicação, trabalho em equipa e liderança, todas fundamentais para o sucesso em projetos complexos. Por fim, esta iniciativa expõe os estudantes a tecnologias de ponta e às práticas mais recentes na área aeroespacial, preparando-os de forma mais eficaz para o mercado de trabalho e contribuindo para o desenvolvimento de soluções inovadoras num campo tão estratégico como a exploração espacial».
UA no consórcio do satélite PoSAT-2
A UA integra um consórcio de 39 copromotores do satélite PoSAT-2, da Agenda Mobilizadora New Space Portugal, levado pelo foguetão Falcon 9 da SpaceX até à órbita da Terra no passado dia 14 de janeiro. A UA é responsável pela coordenação do workpackage dedicado à formação e capacitação de recursos no setor aeroespacial
Segundo a UA, o satélite PoSAT-2, desenvolvido pela LusoSpace, é o quarto satélite português a ser lançado para o espaço e o primeiro com um propósito comercial. Este faz parte de um conjunto de 12 satélites que serão lançados até 2026 para formar a constelação ATON – Rede de Observação Atlântica, com o objetivo de melhorar a segurança e a gestão das rotas comerciais e ambientais no mar. A missão do PoSAT-2 é fornecer dados sobre a localização de navios e alertar embarcações sobre condições meteorológicas adversas, possíveis ameaças de pirataria e emergências no mar.