A Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco e com o apoio da Embratel – Empresa Brasileira de Telecomunicações é responsável pela comunicação através do projecto Caravela Digital, suporte do Projecto Sabiá, que vai colocar “em vivência, a bordo de um veleiro, um grupo formado por jovens portadores de Trissomia 21 e estudantes universitários”.
Durante a viagem, a UA, como parceira do projecto, terá a missão de prover os recursos essenciais de comunicação entre terra e mar.
A partida está marcada para 2 de Novembro deste ano, de Lisboa.
Nesta altura, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais está a comemorar 50 anos de vida Neste projecto Sabiá, a UA é um dos parceiro de um programa de navegação a bordo de um veleiro-escola que durará 14 meses.
De Novembro de 2003 a Dezembro de 2004, o Veleiro polaco Fryderyk Chopin dará a conhecer a Costa Brasileira, a Amazónia, a Travessia Atlântica e a Europa do Norte a 252 pessoas distribuídas por sete tripulações, que se sucederão de dois em dois meses e que se constituem por estudantes universitários e por estudantes portadores de Trissomia 21, conhecidos no Brasil por excepcionais.
“A ideia principal é testar, dentro do ambiente de um veleiro, o estado da arte em comunicação digital para a aprendizagem e o relacionamento interpessoal, proporcionando um estudo da integração social entre os envolvidos”, segundo Rogério Nascimento, investigador do IEETA, responsável pelo Projecto Caravela Digital.
“Pretendemos mostrar à sociedade que é possível, desejável e moralmente necessário, integrar plenamente aqueles que são diferentes dos outros», afirma o antropólogo Abreu Freire, idealizador do Projecto Sabiá.
O Sabiá tem a chancela da UNESCO um carácter terapêutico, social e pedagógico, através de um processo de aprendizagem de conteúdos escolares e uma experiência de vida em grupo num espaço inédito e difícil.
O navio viaja com 252 passageiros, estudantes, normais e excepcionais para encontrarem e desenvolverem “mecanismos comuns de aprendizagem, trocando experiências pedagógicas e de educação para a cidadania”.
O projecto da UA envolve a disponibilização de novos processos de e-learning entre as instituições brasileiras e portuguesas para difundir as experiências vividas a bordo, possibilitando conversações entre o resto do mundo e os pedagogos, investigadores, professores, estudantes, convidados especiais e tripulação a bordo do Fryderyk Chopin, experiências de tele-medicina e uma rede de computadores com acesso à Internet via satélite.
Nesta viagem, a UA implementa o Portal Diário de Bordo, “um livro vivo escrito pela suas próprias personagens, narrando as suas experiências, descobertas e emoções durante todo o percurso da embarcação”.
Outro objectivo é a realização de um filme, um livro ilustrado, documentos visuais das actividades da viagem, artigos para conferências, jornais e revistas científicas de renome na área da ciência da computação; tutorais técnicos e um livro acerca das experiências adquiridas durante os 14 meses de navegação.
Pretende-se também constituir uma Biblioteca Digital, composta pela colecção de documentos produzidos pelos tripulantes; pelo acervo dos Perfis dos Tripulantes e das páginas Web pessoais; pelo Acervo Geo-Político sobre as regiões visitadas; o conjunto dos documentos produzidos para a divulgação do projecto; e, finalmente, pelo Acervo das Expedições que guardará a produção científico-cultural-ludo-recreativa dos diversos profissionais que participaram no Sabiá.
Investigações em áreas multidisciplinares
A experiência será acompanhada por investigadores da área da psico-pedagogia, em fase de elaboração de teses de mestrado, no quadro de pós-graduações de universidades portuguesas e brasileiras, no entanto, o convite também é estendido a investigadores de outras áreas que se possam inserir no âmbito do projecto, como por exemplo a biologia ou a história.
A Europanamericana de São Paulo assumiu a responsabilidade da pesquisa e da preparação das edições de obras de carácter pedagógico que os organizadores se propõem realizar ao longo da viagem, em colaboração com as editoras.
