Universidade de Aveiro mobiliza três equipas e 1,6 milhões de euros para indústria de produtos com base em insetos, na área alimentar, cosmética, bioplásticos, e biorremediação (descontaminação de ambientes)
A Universidade de Aveiro participa num consórcio com três equipas de investigação de quatro departamentos e decidiu aplicar 1,6 milhões de euros e contratar bolseiros e investigadores, um processo a iniciar «em breve» apontando para a «industrialização e comercialização de inovadores produtos com base em insetos, na área alimentar, cosméticos, bioplásticos e no novo setor da biorremediação, ou seja, na descontaminação de ambientes.
No projeto participam «mais de 40 parceiros» e o investimento total atingirá os 43 milhões de euros, no âmbito da «Agenda “InsectERA” financiada pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Os departamentos da UA são de Biologia; Ambiente e Ordenamento; Economia, Gestão, Engenharia Industrial e Turismo e Química e duas unidades de investigação: o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) e p CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro)
É um plano nas áreas da alimentação animal, humana, outras indústrias, abrangendo «todo o ciclo de inovação, desde I&D até ao fabrico e comercialização dos produtos no mercado, apoiando-se na produção tecnologicamente avançada, representando um conjunto de projetos e iniciativas empresariais que visam fomentar a economia circular e alavancar o desenvolvimento de novos produtos, serviços e soluções com elevado valor acrescentado».
Daniel Murta, líder da Agenda e CEO da EntoGreen, diz que «os insetos são uma solução que vem reforçar a sustentabilidade ambiental no setor agroalimentar, trazendo mais eficiência à cadeia de valor» contando «colocar Portugal na vanguarda mundial desta indústria». O plano inclui a criação três novas fábricas de produção de produtos derivados de insetos, de produção de quitosano e de um centro logístico», prevendo-se que irá gerar 150 novos postos de trabalho. Haverá ainda investimentos em «obras de construção ou adaptação, aquisição de equipamentos produtivos, de processamento e de biodigestão, equipamentos de laboratório de controlo de qualidade, embalamento e instalação de painéis solares». Um programa de investimento que poderá «atingir a industrialização de, pelo menos, 100 novos produtos, processos e serviços à base de insetos para o mercado».
Eixos InFood, com uma meta mínima de 15 novas linhas de produtos para alimentação humana com base em insetos; InFeed, com o objetivo mínimo de criar 8 novas linhas de produtos (rações) para alimentação animal; InIndustry que tem como meta o desenvolvimento e industrialização de quatro novas matérias-primas (quitosano, óleo de inseto, ácido láurico e extratos naturais de insetos); InBiorremediation que tem como meta o investimento em I&D e criação de um centro de investigação em biorremediação.
O consórcio envolve 42 empresas, três das quais produtores de insetos em Portugal (EntoGreen, Thunderfoods e The Cricket Farm Company).