A Quercus acusa o Secretário de Estado do Ambiente de dar uma “demonstração de incompetência”. Em comunicado a associação ambientalista justifica a acusação dirigida a José Eduardo Martins.
Tendo como base um estudo, realizado a pedido da Empresa de Resíduos Sólidos Urbanos do Centro (ERSUC), que mostra a incineração como uma solução “mais cara que o tratamento biológico mecânico”, o Secretário de Estado, segundo a Quercus, “surpreendentemente, pôs em causa a própria existência do estudo, afirmando simultaneamente a sua fé inabalável de que a incineração é mais barata”.
Para os ambientalistas, esta é uma “demonstração de incompetência que quem está a decidir um investimento de cerca de 170 milhões de euros, como é o sistema proposto pela ERSUC, ignore o estudo base justificador dessa alternativa”.
Está em cima da mesa a discussão do tratamento dos resíduos domésticos de 36 concelhos de Aveiro, Coimbra e Figueira da Foz e cuja decisão final foi suspensa esta semana em Assembleia geral da ERSUC, dependente do financiamento da instalação da incineração.
A 29 de Dezembro último a Quercus chegou a reunir com José Eduardo Martins que mostrou interesse em promover um outro estudo comparativo entre os custos da incineração e o tratamento biológico-mecânico.
“Ficamos ainda muito preocupados sobre a objectividade de quem, em reunião com a Quercus a 29 de Dezembro de 2003 anunciou ir promover um estudo para comparar custos da incineração e do tratamento biológico mecânico, e agora afirma enfaticamente que toda a gente sabe que a reciclagem é mais cara que a incineração, mesmo sem que esse escudo esteja terminado”, diz o mesmo comunicado da Quercus.
Por isso, os ambientalistas exigem “um pedido de desculpas formal do senhor Secretário de Estado do Ambiente pelas afirmações feitas ontem de que a Quercus está a fazer uma campanha de desinformação”.