A equipa de futebol robótico CAMBADA – Cooperative Autonomous Mobile roBots with Advanced Distributed Architecture – da Universidade de Aveiro venceu a 7º edição do Festival Nacional de Robótica – Robótica’2007, que decorreu entre 27 e 30 de Abril, em Paderne, Albufeira. No Robótica’2007 venceu todos os jogos e conquistando o primeiro lugar às equipas das universidades do Minho (Minho), Instituto Superior Técnico (ISocRob), Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (5DPO) e Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISePorto). Na fase de apuramento ganhou os quatro jogos, com resultados de 7-1 com a ISocRob, 3-1 com o ISePorto, 3-1 com Minho e 3-0 com a 5DPO. Na meia-final, venceu o ISePorto por 1-0. Na final, encontrou a equipa do Minho, tendo empatado 0-0 no tempo regulamentar, e vencendo nos penalties por 3-2. O Festival Nacional de Robótica surgiu em 2001 e inclui actualmente, entre outras, várias das modalidades de competição originalmente introduzidas pelo RoboCup. A próxima edição do RoboCup mundial realizar-se-á em Atlanta (EUA.) de 1 a 11 de Julho próximo e contará com a presença da equipa CAMBADA. Em primeiro lugar, na modalidade de condução autónoma, ficou igualmente a UA, com o robô ATLAS 2007, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Mecânica. A CAMBADA, uma das cinco equipas portuguesas que competem na modalidade de robôs futebolistas médios (MSL – middle-size league), foi criada e desenvolvida a partir de 2003 por docentes, investigadores e estudantes ligados ao Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática da Universidade de Aveiro (DETI) e à Actividade Transversal em Robótica Inteligente do Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro (IEETA). A equipa CAMBADA é também um projecto de investigação financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e pela Universidade de Aveiro. Na modalidade de robôs futebolistas médios as equipas são compostas tipicamente por equipas de cinco ou seis robôs móveis completamente autónomos com uma altura máxima de 80 cm. Esta modalidade é uma das que desperta maior atenção devido à sua elevada multidisciplinaridade. Na verdade, o desenvolvimento de uma equipa de robôs com estas dimensões coloca desafios ao nível da mecânica e da electrónica. Por seu lado, a restrição da autonomia coloca desafios ao nível do processamento de sinal, controlo e inteligência artificial. Actualmente, na modalidade MSL, os robôs orientam-se pelas cores (bola laranja, chão verde, robôs pretos, balizas amarela e azul, etc.). No entanto, o cenário de competição vai sendo regularmente revisto, de forma a constituir um desafio adequado ao estado da tecnologia. Em particular, a revisão das regras para 2007 aumentou o tamanho do campo de jogo significativamente, passando este a ter 12 por 18 metros. Estas alterações tornam o desafio mais interessante e complexo, nomeadamente ao nível da localização e coordenação, áreas em que a equipa CAMBADA demonstrou grande robustez. ATLAS 2007 do Departamento de Engenharia Mecânica da UA venceu na modalidade de Condução Autónoma Na modalidade de Condução Autónoma, a competição foi ganha pelo robô ATLAS 2007, desenvolvido pelo Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade de Aveiro. O trabalho foi desenvolvido por uma equipa em actividade absolutamente extra-curricular. O Prof. Vítor Santos coordenou um grupo que manteve do ano anterior um estudante de Mestrado, Miguel Oliveira, e um estudante de licenciatura do 3º ano, Rémi Sabino; a este grupo juntaram-se este ano dois estudantes de licenciatura do 3º ano, Mauro Simões e João Matos. Fez também parte da equipa o Eng. Rui Martins, recém-licenciado em Engenharia Mecânica e actualmente estudante de Doutoramento. A prova continuou com os desafios criados em 2006 que mais uma vez demonstraram ser de dificuldade acrescida pelo facto de, à excepção do robô ATLAS2007, nenhum dos outros seis robôs que o tentaram conseguiu completar todas as tarefas e exigências da prova. Além da UA, que apresentou duas equipas, os restantes concorrentes que entraram em prova provinham das Universidades do Minho, da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto e do Instituto Superior Técnico. «O hardware do robô ATLAS assentou na plataforma base desenvolvida em anos anteriores com algumas alterações pontuais, e o software foi renovado e corrigido para maior robustez a situações de imprevisto. No ATLAS2007 a percepção do ambiente baseia-se exclusivamente em visão artificial usando três pequenas câmaras de vídeo e não recorre a técnicas de pré-planeamento ou medição por hodometria (contagem do espaço percorrido pela rotação das rodas), o que o distingue da maioria dos restantes competidores e, por isso, lhe dá mais robustez nos desafios da condução autónoma. Uma prova disso consistiu na colocação de um obstáculo em pista, em lugar desconhecido e variável, já depois dos robôs terem o sinal de partida! Esta pequena inovação na competição é um teste exigente da autonomia que o pré-planeamento, por si só, não consegue resolver. A prova consiste em percorrer uma pista em forma de estrada com uma recta, curvas e um cruzamento, juntamente com uma passadeira e um semáforo cujos sinais devem ser respeitados. Nas mangas mais avançadas é ainda colocado o tal obstáculo na pista em local desconhecido, bem como um túnel e uma zona de obras delimitada por cones da estrada e linha sinaléctica vermelha e branca. Nas mangas finais o robô deve estacionar num parque reservado para o efeito com dois lugares mas onde um deles pode estar ocupado por um obstáculo e, portanto, de evitar. Em geral, não só a velocidade na prova é importante; também o é a capacidade de percepção e navegação em tão exigentes condições.A repetição do 1º lugar pela equipa do projecto ATLAS obtida no ano anterior é um resultado honroso que mais uma vez dignifica a Universidade de Aveiro. Aliás, o primeiro prémio nesta prova foi sempre obtido por uma equipa da UA desde as origens em 2001 e a acrescer a colocação de pelo menos mais uma equipa nos lugares de honra, tal como aconteceu este ano com o robô ROTA do Departamento de Electrónica, Telecomunicações e Informática (DETI) a obter o 2º lugar na prova.Estes indicadores, ao qual se junta ainda a excelente vitória da equipa CAMBADA do DETI na prova de Futebol Robótico Médio, vêm mostrar que a Universidade de Aveiro é uma referência inquestionável na robótica de competição. De facto, o DETI e o IEETA participaram igualmente nesta modalidade com o robô ROTA’2007, alcançando o 2º lugar. O ROTA’2007 é um carro robótico cuja construção se iniciou em Outubro de 2005 e que se pretende volte a participar em futuras edições do festival. Na modalidade de Condução Autónoma, os robôs devem percorrer autonomamente uma pista que representa uma estrada com duas faixas de rodagem, semáforos, túnel, zona de obras, etc. As competições robóticas têm-se popularizado um pouco por todo o mundo ao longo da última década. Com elas pretende-se promover a investigação na área emergente da robótica bem como a divulgação da robótica e da ciência e tecnologia em geral. A nível internacional, a principal referência é o RoboCup, campeonato mundial de robótica realizado anualmente desde 1997. O RoboCup, cuja ênfase é ter robôs a funcionar em equipa, inclui várias modalidades de competição, nomeadamente futebol robótico, procura/salvamento em situações de catástrofe e mais recentemente robótica doméstica.