A incineração é mais cara do que o tratamento biológico mecânico, segundo a Quercus com base no estudo da Hidroprojecto encomendado pela ERSUC “que tem invocado para justificar a sua opção” pela queima de resíduos domésticos dos 36 municípios de Aveiro, Coimbra e Figueira da Foz.
“Depois de mais de meio ano de esforços, a Quercus teve finalmente acesso há algumas horas a uma cópia do estudo”, escreve a associação ambientalista num comunicado da tarde desta quarta-feira.
Segundo a associação, a ERSUC – a empresa que gere o tratamento daqueles resíduos – dizia que esse estudo “mostraria que a incineração é a opção mais barata. Como todos os outros dados de que dispúnhamos iam em sentido inverso, indicando que o tratamento biológico-mecânico que defendemos é mais barato, estávamos muito curiosos em ter acesso a esse estudo. O mais surpreeendente é que, afinal, o próprio estudo que a Hidroprojecto fez para a ERSUC confirma que a incineração é mais cara”.
No comunicado, a Quercus revela parte do conteúdo do estudo, segundo o qual a tarifa média é de 2.895 escudos para o tratamento biológico-mecânico e de 3.459 escudos para a incineração.
Para a Quercus, “os números nesta tabela ainda deveriam ser mais desfavoráveis à incineração, pois de acordo com o recente plano do Governo de Julho de 2003 para a redução da matéria orgânica em aterros, a taxa de comparticipação do Fundo de Coesão na incineração pode atingir no máximo 25% enquanto que para o tratamento biológico mecânico pode atingir os 75% (mas o cenário considerado na tabela acima para o tratamento biológico-mecânico corresponde a apenas 50% de comparticipação, que é a maior taxa de comparticipação considerada no estudo da ERSUC). Para 75% de comparticipação podemos extrapolar que a tarifa para o tratamento biológico-mecânico seria de cerca de 1.950$00, em vez de 2.895$00”.