Manuel Prior, dirigente da Comissão Política Concelhia de Aveiro do PSD, defende que a gestão do estádio municipal deverá ser atribuída ao Beira-Mar, noticia o Diário dwe Aveiro.
«A Câmara de Aveiro deve dar a rede e não o peixe», disse.
«O PSD acha que o estádio deve ser entregue a quem faz uso dele» de forma a «gerar receitas», disse o social-democrata no programa «É Notícia», transmitido pela rádio Aveiro FM.
Manuel Prior, também membro da Assembleia Municipal de Aveiro, considera que a autarquia «não deve apoiar nunca actividades desportivas profissionais», sejam praticadas «pelo Beira-Mar, pelo Aveiro Basket ou pelo São Bernardo».
A Câmara deve, sim, apoiar a formação através de «protocolos
transparentes», salientou.
Raul Martins, líder concelhio do PS, desafiou o Beira-Mar a revelar se o dinheiro atribuído pelo município para apoiar a formação não estará a ser usado para outras finalidades.
«Disseram-me que quem anda a fazer formação no Beira-Mar paga para isso. Não sei se há alguma coisa de errado, se o dinheiro da formação está a ser desviado para o futebol profissional», interrogou no debate da Aveiro FM.
Segundo o dirigente socialista, «todos os apoios devem merecer a prestação de contas da parte que recebe», instando o clube liderado por Artur Filipe a apresentar as «contas da formação». «É o mínimo que devia fazer: revelar onde gastou o dinheiro», salientou.
Os participantes no «É Notícia» pronunciaram-se ainda sobre as declarações de Carlos Candal ao Diário de Aveiro, em que o socialista denunciava a falta de peso político do distrito.
«Aveiro paroquializou-se, é uma aldeia com muitas casas», concordou Raul Martins, falando na «ausência total de liderança política». «A liderança que existe é uma liderança de aluguer», ajuizou.
«Aveiro está enquadrado na região centro, que está entalada entre as zonas de influência de Lisboa e Porto», referiu, sublinhando o «pouco peso económico» e a ausência de «protagonistas».
Uma das consequências é que «o recrutamento governativo» se limita a Lisboa, com «umas sobras» para o Porto. Estas duas cidades aproveitam-se ainda das «lutas intestinas menores» entre Aveiro e Coimbra ou Aveiro e Viseu, destacou o líder concelhio do PS.
Raul Martins estima que a situação se vai «agravar», dando como exemplo a diminuição do financiamento da Universidade de Aveiro.
O socialista recomenda a criação de «órgãos supra partidários» para fazer «lobbie». A solução «não é lutar contra Coimbra e muito menos com Ílhavo», realçou.
Manuel Prior lembrou que Carlos Candal «foi quem mais tempo teve para exercer esse peso político» nos centros de decisão, referindo em seguida que o concelho de Aveiro «está a andar para trás em termos económicos».
Miguel Fernandes, do CDS, afiançou que o anterior executivo camarário, liderado pelo socialista Alberto Souto, «contribuiu» para a actual falta de peso político local, questionando: «Em que é que Alberto Souto está a contribuir agora para Aveiro?»
«Aveiro pode queixar-se de si próprio», afirmou António Regala, deputado municipal do PCP, exemplificando com a acção dos deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Aveiro (todos do PS, PSD e CDS). «Apresentaram menos requerimentos e discussões sobre o distrito do que os deputados do PCP», denunciou.
Arsélio Martins, do Bloco de Esquerda, defende que um dos caminhos é a aposta no «planeamento intermunicipal».(Dário de Aveiro)