O vereador do PS na Câmara de Aveiro, Nuno Marques Pereira, disse esta segunda-feira aos jornalistas que a situação está «desmascarada: o empréstimo (de 58 milhões de euros para pagar dívidas) não veio resolver o problema, não há diminuição da dívida, a herdada e a contraída (depois da tomada de posse, em 2005) está inscrita na totalidade, no orçamento de 2009».
O vereador das Finanças, Pedro Ferreira, escreve na introdução do orçamento, aprovado esta segunda-feira com os votos contra do PS, que «excluindo empréstimos de médio e longo prazo e leasings, atinge os 45,5 milhões de euros. Parte está paga ou em fase de pagamento mas, em tempo útil, não foi possível expurgá-la do Orçamento».
Mas Nuno Marques Pereira disse que «as despesas correntes são cada vez mais altas que as despesas de capital, a dívida cresce de forma galopante, a Câmara não está a saber gerir o erário público e não há medidas que façam inverter a situação». Por isso, conclui que «a breve trecho a Câmara irá ter dificuldades financeiras enormes que se vão agravar de ano para ano o que pode levar à exaustão das contas e no prazo de poucos anos a Câmara pode entrar em falência técnica».
Élio «fugiu»
Nuno Marques Pereira disse que o presidente da Câmara, Élio Maia, que se encontra em São Tomé e Príncipe nas comemorações dos 30 anos de geminação do município de Aveiro com Santo António, «fugiu à discussão (do orçamento e plano) com os vereadores». Não estando na reunião, cometeu uma «falta de respeito institucional com toda a vereação».
O vereador da oposição diz que o presidente encontra-se «distanciado de todas as questões fundamentais da vida da Câmara» e fala em «divisão que está à vista de todos na maioria camarária».
Referindo-se à introdução do plano e orçamento, assinada pelo vereador Pedro Ferreira e não por Élio Maia, «não representa a opção da maioria, no seu todo» e, por isso, diz que o líder da maioria «não assume capacidade de liderança e há um distanciamento pessoal do Executivo».