A Câmara de Estarreja assina esta segunda-feira em Lisboa um protocolo de financiamento do projecto ERASE, um projecto que visa a regeneração ambiental do solos de Estarreja, contaminados por décadas de despejos da indústria química pesada.
A autarquia é representada pelo presidente da Câmara José Eduardo Matos, também Presidente o Conselho de Administração do Agrupamento Complementar de Empresas (ACE) e o Plano Operacional do Ambiente, por Luísa do Vale
A assinatura está marcada para as 15:00, no Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, em Lisboa.
O financiamento necessário foi possível a partir da aprovação da candidatura ao Plano Operacional do Ambiente para a “Construção da Estrutura de Confinamento para os Resíduos Industriais e Solos Contaminados do Complexo Químico de Estarreja”.
O acordo de colaboração foi obtido em Julho de 2002 entre o Ministério e o ERASE. O Governo financia 75% do investimento até 5 milhões de euros através de candidatura a apresentar pelo ERASE – ACE ao POA (III – QCA) para a construção da Estrutura de Confinamento.
O ACE é constituído pelas empresas ADP – Adubos de Portugal; CIRES – Companhia Industrial de Resinas Sintéticas; QUIMIGAL – Química de Portugal; e UNITECA, União Industrial Têxtil e Química, que suportam financeiramente a execução do projecto na parte não apoiada pelo POA.
Segundo uma nota da Câmara, o “Projecto ERASE tem como objectivo central a redução drástica dos impactes associados à lixiviação dos resíduos industriais depositados no CQE. Esta redução será conseguida pela remoção e confinamento, em estrutura impermeabilizada, dos resíduos acumulados ao longo dos anos dentro dos perímetros fabris.
Estarreja é uma das regiões com maior passivo ambiental em Portugal. Durante cerca de 40 a 50 anos, foram depositados de forma não controlada resíduos industriais resultantes do funcionamento de empresas do CQE, encontrando-se directamente sobre o solo, a granel, em terrenos do CQE, em condições ambientalmente insatisfatórias uma grande quantidade de resíduos”.
Materiais a colocar na Estrutura de Confinamento
– os resíduos colocados no CQE (lamas de mercúrio da UNITECA, resíduos de pirites/cinzas/poeiras/escórias da Quimigal, resíduos diversos da CIRES);
– as camadas de solos contaminados que se situem imediatamente abaixo destes resíduos;
– sedimentos, solos e matéria vegetal a serem escavados em determinadas zonas ao longo das valas de drenagem (Valas de São Filipe, Breja, e Canedo de Veiros);
– resíduos de cal provenientes do depósito de lamas da CIRES, misturadas com areia.
