O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol entregou hoje uma verba de 250 euros a 13 dos jogadores mais carenciados do plantel da Ovarense, informou à Agência Lusa o seu presidente, Joaquim Evangelista.
«”A solidariedade não se apregoa, pratica-se”, sublinhou o dirigente, adiantando que só na época passada o sindicato distribuiu 100 mil euros a jogadores de futebol.
Sensível aos cinco meses de salários em atraso, Joaquim Evangelista atacou de perto a direcção presidida por Carlos Brás, a quem acusou de ser um “fora da lei”.
“Esse senhor é um caso de polícia. Vir dizer hoje numa entrevista que contorna as situações e não resolve as necessidades mais precárias dos seus atletas, brincando com todos é lamentável”, denunciou Joaquim Evangelista.
Na reunião que teve hoje, Evangelista soube que os jogadores da Ovarense passam fome e que “só o amor ao clube” os faz jogar domingo a domingo.
O dirigente reiterou que os futebolistas estão disponíveis para jogar no próximo domingo frente ao Portimonense, mas, se os seguros não forem pagos até sexta-feira, não o podem fazer.
Evangelista apelou à responsabilidade da Liga de Clubes já para a próxima época, ao exigir que esta peça garantias bancárias aos dirigentes antes de entrarem numa prova e que puna os não cumpridores com a despromoção.
“Os jogadores deste clube são responsáveis, mas o seu presidente, que há meses está demissionário, pelos vistos não. A Liga tem que tomar uma posição”, concluiu Joaquim Evangelista.
A Ovarense vive uma das piores crises da sua história, com 6,6 milhões de euros de passivo, realizando-se, no próximo dia 07 de Abril, uma Assembleia Geral para convocar eleições antecipadas ou a criação de uma Comissão Administrativa para gerir os destinos do clube.
Além da crise financeira, o clube está também numa situação complicada na Liga de Honra, ocupando a 17ª e penúltima posição da prova com 21 pontos, menos 14 que a primeira equipa situada acima da linha de despromoção.
A Agência Lusa tentou, em vão, contactar Carlos Brás.» (Lusa)