Com a Europa em todos os grandes momentos
“Somos superlativamente europeus porque já o éramos quando a Europa se definia na história do mundo como continente medianeiro…” Eduardo Lourenço
A citação supra do nosso grande pensador Eduardo Lourenço remete-nos para uma posição que é cara ao Partido Socialista: o Partido Socialista é um partido político VERDADEIRAMENTE EUROPEISTA e – ao contrário de outros – esteve com a Europa em todos os grandes momentos. E foi justamente com Mário Soares quando este era 1º. Ministro de Portugal que se concretizou a adesão de Portugal à União Europeia, em 1986.
De lá até cá Portugal alterou-se e conheceu um inegável período de desenvolvimento. As sucessivas vagas de fundos estruturais têm proporcionado uma razoável aproximação do País aos níveis de vida da Europa, sem, contudo, atingir o desejável padrão de convergência a outros mais desenvolvidos países da União. Mais ou menos acentuadamente, Portugal foi-se aproximando dos padrões europeus até ao ano de 2002. A partir daí e até ao presente, o País inverteu o ritmo anterior e passou a afastar-se em lugar de convergir. Esta é a mais recente e insuspeita informação da Comissão Europeia.
Para nós, Portugueses, não é propriamente uma novidade. Já o tínhamos percepcionado, tendo em vista a desastrada política económica e financeira da governação PSD/PP, com as terríveis consequências no plano social e no do desenvolvimento equilibrado e sustentado que sempre desejamos. Com efeito, o garrote, o estrangulamento, a desnorteada política fiscal e, sobretudo, a falta de uma estratégia sólida, coerente e politicamente fundamentada tudo tem causado nas pessoas, nas famílias, nos agentes económicos e sociais, nas autarquias, nos organismos desconcentrados do Estado e naqueles que têm funções permanentes no próprio Estado as maiores perplexidades, constrangimentos, desânimos e a convicção de que algo temos de fazer para mudar o actual estado de coisas. Tanto mais quanto é certo que maiores serão os desafios que nos esperam. Na verdade, o alargamento de 15 para 25 países na União, as grandes questões europeias em debate e em cima da mesa, a par da frágil posição de Portugal no contexto da coesão na União tudo obrigará a que Portugal tenha uma estratégia de desenvolvimento clara, um rumo bem definido e responsáveis políticos capazes de corporizarem, com vigor, um projecto político que coloque Portugal definitivamente no caminho da convergência (nominal e real) na União Europeia.
As eleições para o Parlamento Europeu no próximo dia 13 de Junho podem constituir um momento de viragem ao actual estado de modorra, falta de confiança, e declínio em que o País se encontra. O Partido Socialista, como partido verdadeiramente europeista que é e os Socialistas que vierem a ser eleitos para o Parlamento Europeu trabalharão e saberão dar contributos e apresentar propostas no Parlamento, junto da Comissão Europeia e do Estado Português para que se possa inverter o ciclo de claro afastamento em relação aos Países da União que se verificou nestes dois últimos anos de governação PSD/PP.
À expectativa dos portugueses e aos novos desafios que também passam pelas candentes questões da segurança e da paz os socialistas portugueses corresponderão, estou certo, com correcta visão e estratégia europeista, solidariedade, medidas de política económica e social que consubstanciem o princípio europeu da coesão e com a dedicação, a seriedade, a competência e o trabalho tão necessários à prossecução dos objectivos da União e da afirmação de Portugal no contexto da Europa das Regiões.
Abril 2004
Armando França