Nuno Figueiredo venceu o Prémio Literário Vasco Branco 2005, anunciou esta quinta-feira a Câmara Municipal de Aveiro.
Participaram 35 volumes concorrentes e o júri atribuir, por unanimidade, o prémio ao Livro “Sempre e a Toda a Hora” subscrito pelo pseudónimo de Melbano, depois referenciado como Nuno de Figueiredo, segundo comunicado difundido pela Câmara, esta quinta-feira.
A obra vencedora está a ser editada pela Editora Casa das Letras e está previsto o seu lançamento neste mês de Julho.
O júri é constituído por representantes da Sociedade Portuguesa de Autores, Manuel Freire, Associação Portuguesa de Escritores, Luís Serrano, Editora Casa das Letras, José Manuel Saraiva, Grupo Poético de Aveiro, Joaquim Correia, Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, Comunidade Educativa, Arsélio Martins e Câmara de Aveiro, Madalena Pinheiro.
O Prémio Literário Vasco Branco instituído pela Câmara Municipal de Aveiro, pretende homenagear o escritor Vasco Branco, homem de extraordinária dimensão em constante solidariedade com as gerações que têm vindo a dinamizar no pensamento da sociedade aveirense, este pela sua atitude cívica e expressão literária é um valor inquestionável da cultura deste país.
O prémio destina-se a galardoar anualmente um autor do melhor romance inédito, através deste Prémio a autarquia pretende contribuir e estimular a produção e divulgação literária, assim como o aparecimento de novos autores junto da população em geral.
« Nuno de Figueiredo, nasceu em Coimbra, onde reside e trabalho. É licenciado pelo Instituto Superior Técnico. Publicou em 1985 o seu primeiro livro de poemas, “O Desencanto em Conto” (edição do autor), e em 2002, o seu último romance “Os Sinos de São Bartolomeu” (Temas e Debates), tendo voltado à poesia em 2003 com “A Única Estação” (Quasi).
Pelo meio ficam cerca de três dezenas de outras obras – poesia, contos, romances – a várias das quais foram atribuídos prémios literários. Escreve para jornais e revistas de letras e está representado em diversas antologias e recolhas »
Sinopse da obra “Sempre e a Toda a Hora”
«Irremediavelmente preso a um passado sem remissão, perdido em abismos interiores, o senhor de Montseguro não consegue vingar os seus fantasmas. O tempo, sem contemplação, esmaga-lhe a esperança no retrocesso, transformando o mundo em seu redor num espaço de equívocos e contradições.
Montseguro é a metáfora do passado, onde a vida se escoa lentamente num limbo de enganos. É um território de ilusões e falsas aparências onde a lucidez se esfuma nos gestos quotidianos, e em que todos guardam o peso de um segredo envolto num mistério.
O senhor de Montseguro, mergulhado no seu labirinto de memórias, afectado pelo desaparecimento da mulher amada, tenta, no auge da sua loucura, continuamente o seu regresso, confundindo os tempos e as personagens: a sua viagem a Veneza constitui o derradeiro ludíbrio.
A revolução entretanto chegada a Montseguro é o golpe derradeiro e fatal nos dias parados. A partir daí o presente desfaz-se, a História acelera. E cada um, movido por suas diversas e particulares razões, parte em busca do futuro. Montseguro esvazia-se, o passado é morto.
“Sempre e a toda a hora“ é o retrato da decadência impiedosa de uma sociedade fechada, alienada, suspensa no tempo, condenada à extinção.»