O Presidente da República disse esta terça-feira na Murtosa que a criação de uma entidade gestora da Ria é uma questão de cedência de poder pelo Governo, no quadro da descentralização da administração central.
Reclamada há muito pela Associação de Municípios da Ria (AMRia), os 11 municípios ribeiros dizem que precisam de uma entidade autónoma com poderes de gestão e com ligação directa à tutela. Em declarações ao Diário de Aveiro, o presidente da AMRia, Ribau Esteves, disse que a sua criação está por “semanas” e, no primeiro dia da vista de Sampaio, recebeu o apoio para a sua concretização.
Jorge Sampaio terminou esta segunda-feira o primeiro de três dias em Aveiro para visitas e encontros com autarcas e empresários de seis concelhos do distrito. Esta terça-feira esteve na Murtosa e Vagos, por onde deixou palavras de optimismo, de reconhecimento pelos resultados de empresas de sucesso e de apoio junto dos que têm projectos em desenvolvimento.
Em dois dos concelhos da Ria, Murtosa e Vagos, Sampaio viu na Ria uma possibilidade de fonte de riqueza, pelas potencialidades turísticas e o futuro modelo de gestão da Ria, segundo os planos de descentralização, insere-se no quadro proposto pelo Governo através da criação de novas áreas metropolitanas.
Mas a Ria tem problemas de poluição, de recurso piscícolas, dos efeitos das obras do Porto de Aveiro, e tudo junto justifica uma intervenção, como disse Sampaio, com “antibiótico”.
As soluções passam, segundo o Presidente da República, pelo Governo ceder poder à entidade gestora, apostar na inovação, qualidade, conhecimento científico e planeamento a longo prazo para dar tempo e possibilidade de antecipar a acção dos empresários.
Em Vagos e na Murtosa, visitou empresas de sucesso, as Porcelanas Costa Verde e a conserveira Comur. Drante quarta e quinta-feira, Sampaio continuará a “dar ânimo e incentivo” aos empresários e autarcas dos conselhos da Mealhada, Albergaria-Velha, Sever do Vouga e Vale de Cambra.
