Sábado, 14 Dezembro 2024
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Negócios que vivem à sombra da Universidade

São muitos os negócios que foram aparecendo à volta da Universidade de Aveiro (UA), noticia o JN.

«Dezenas deles instalaram-se naquela zona estrategicamente, à espera que os estudantes, professores e funcionários ajudassem o negócio a crescer. Outros foram nascendo de acordo com as necessidades da população que reside naquela área (zona de Santiago, Parque da Cidade e na Rua Calouste Gulbenkian, junto à penitenciária).

Os serviços que estão mais dependentes da Universidade são os que estão directamente ligados à vida académica, desde centros de cópias, papelarias, lojas de roupas académicas e, de certa forme, restaurantes e bares.

Quebras no Verão

“Trabalham-se sete ou oito meses por ano para compensar os tempos de férias da universidade”, diz Helena Costa, funcionária de um centro de cópias nas imediações da UA.

“Este tipo de negócios depende muito dos estudantes. Nos meses de Verão, em que não há aulas, nota-se uma quebra bastante acentuada. Eles são os nossos principais clientes, isto apesar de lá dentro haver também sítios para tirarem fotocópias, fazerem encadernações, entre outras coisas”, afirma a mesma responsável.

Há 11 anos que o centro de cópias existe naquele local e tem havido um esforço para “se conseguirem outro tipo de trabalhos, para não se sentir tanto a quebra”. Impressões de projectos para escritórios de engenharia e arquitectura são, na maioria das vezes, a alternativa.

Numa outra zona da cidade, junto ao bairro de Santiago, existem pelo menos mais dois centros (e também papelarias) que vivem quase que exclusivamente da vida académica. “Viemos para aqui por causa da Universidade. Sabíamos que, à partida, podia correr bem, porque os estudantes precisam sempre de tirar muitas fotocópias. Mais de 80% dos nossos clientes são universitários”, diz António Miguel, proprietário de um centro de cópias.

Casos de excepção

Já em relação aos negócios da restauração, a situação, em alguns casos, é bem diferente. Apesar de existirem vários restaurantes, pastelarias, bares e snacks, a maioria confirma que os estudantes frequentam com alguma regularidade estes espaços, mas “não são o público-alvo exclusivo”.

” Não dependemos dos estudantes e de quem trabalha na UA. Não são o nosso mercado exclusivo. Vêm cá alguns estudantes, mas não são, de todo, o grosso dos nossos clientes”, assegura Rui Urbano, sócio do Drink’s Bar, um espaço que, há cerca de 20 anos, convive lado a lado com a Universidade.

Apesar de praticar preços acessíveis, ter uma ementa variada com pratos de comida rápida, Rui Urbano garante que o seu estabelecimento é frequentado “por todo o tipo de pessoas, de várias profissões. Nos meses em que a Universidade está de férias não se sente uma quebra acentuada no volume de clientes”.

Também João Silva, proprietário de um restaurante junto à zona da UA, diz que nos últimos anos começou a adoptar uma política de refeições rápidas, mas sublinha que “não foi feita exclusivamente a pensar nas pessoas que trabalham na universidade”.

“Temos outro tipo de clientes que vêm cá diariamente e temos também de pensar neles. Os universitários são um público mais irregular, até porque têm as cantinas dentro do campus”, acrescenta.»(JN)

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