Investigadores da Universidade de Aveiro estão a desenvolver um sintetizador articulatório que pode ser designado por máquina falante, um aparelho que produz voz, inclusive, com os sotaques regionais de Portugal
Processamento Computacional da Língua Portuguesa é produzir voz a partir de um sistema que incorpore conhecimentos de várias áreas, tendo em conta as variações regionais do Português e segundo a equipa de investigação os resultados surgirão a médio prazo, com a criação de um sintetizador único para a Língua Portuguesa.
Segundo os investigadores, o trabalho surge como “complemento ao de outros investigadores nesta área, interessando-nos, não só o desenvolvimento de sistemas, mas também o desafio mais científico de aumentar os conhecimentos, ainda incompletos, acerca da linguagem. Ao contrário das restantes equipas portuguesas que se ocupam desta área, conseguimos controlar grande parte das características da voz, porque não nos limitamos a imitar o sistema, em termos dos seus resultados, optando por uma abordagem imitando o próprio processo de produção de voz. Para nós, o fundamental é aprender como funciona e desenvolver modelos à luz dessa forma de funcionar”.
A equipa é constituída por linguistas e engenheiros e utiliza a síntese como uma aplicação integradora de ambas as áreas: da engenharia, na melhoria da qualidade da síntese articulatória; da linguística, no aprofundamento de conhecimentos acerca do Português, nomeadamente no domínio da Fonética, e na elaboração de material de ensino.
O sintetizador simula o movimento da língua, do maxilar, o funcionamento das cordas vocais, o papel das cavidades nasais, a propagação e radiação do som e produz vozes diferentes
Tem aplicação na leitura da informação apresentada num écran, na leitura de um texto ou na navegação na internet por pessoas invisuais, no ensino de línguas assistido por computado, na terapia da fala ou como sistema de tradução automática»,
O sintetizador foi iniciado em 1995, corre em ambiente Windows e permite sintetizar vogais nasais e consoantes nasais com qualidade aceitável mas ainda não consegue produzir as consoantes fricativas (f, s, z…) ou fazer a conversão de texto para voz, ou seja, produzir som a partir de texto», explica a equipa de investigação.
A equipa de investigação é constituída por António Joaquim Silva Teixeira, Francisco António Cardoso Vaz, Lurdes de Castro Moutinho, Raquel Cristina de Castro Lisboa e Rosa Lídia Coimbra.