Sábado, 24 Maio 2025
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Investigadores desenvolvem nova terapia no cancro da mama

Novos derivados de clorofila com resultados muito promissores em ensaios experimentais de terapia fotodinâmica, em cancro da mama triplo negativo e outros, incluindo o cancro do pâncreas, foram desenvolvidos por investigadores da Universidade de Aveiro (UA). Segundo comunicado da UA, «na terapia fotodinâmica há um efeito biológico em certas células que ocorre quando o tecido ou órgão onde o agente fotossensibilizador se localizou é iluminado com luz.

«A utilização destes compostos em terapia fotodinâmica do cancro de mama triplo negativo representa uma solução promissora para suprir a falta de abordagens terapêuticas eficazes e seguras para os pacientes. Este tratamento é minimamente invasivo, e atua apenas na área iluminada, sendo uma alternativa viável quando outras terapias falham, especialmente em casos de resistência aos tratamentos convencionais», segundo o investigador Amparo Faustino. Assim, espera-se que esta abordagem possa ser estendida a outros tipos de cancros igualmente agressivos, como o cancro de pâncreas e do pulmão.

O subtipo triplo negativo é o «mais desafiador», devido à ausência de terapias direcionadas e cancro pancreático tem uma resposta mais limitada às terapias atuais, sendo necessário continuar a procurar novas abordagens de tratamento.
O grupo de investigadores é constituído pela estudante de doutoramento Cristina Dias, o investigador Nuno Moura e os docentes Amparo Faustino, Graça Neves (do LAQV-REQUIMTE – Laboratório Associado para a Química Verde), Vítor Gaspar e João Mano (CICECO – Instituto de Materiais de Aveiro) e Luisa Helguero (Instituto de Biomedicina de Aveiro, iBIMED).

Segundo Amparo Faustino, «a aplicação de derivados de clorofila extraídos a partir de fontes naturais como agente terapêuticos em terapia fotodinâmica permite não só utilizar recursos disponíveis de forma sustentável, como minimizar efeitos indesejáveis. Além disso, os compostos absorvem radiação na região do vermelho do espectro de visível, onde a luz penetra melhor os tecidos, facilitando a ativação dos derivados de clorofila presentes nas células tumorais».

«Os novos compostos foram «apresentam uma toxicidade muito baixa na ausência de luz e uma elevada eficácia na eliminação de células tumorais, quando ativados sob condições controladas de iluminação (terapia fotodinâmica)».

Esta tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento da estudante Cristina Dias, cuja tese será defendida em breve na UA, e envolveu três grupos de investigação com conhecimentos complementares.

A UACOOPERA já submeteu um pedido provisório de patente e está a avaliar uma estratégia mais ampla de proteção.

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