O Hospital Distrital de Aveiro vai apostar no mecenato social para fazer obras de manutenção, noticia o JN.
«A campanha “30 anos, 30 empresas do Hospital” pretende angariar 1,5 milhões de euros. As contas são fáceis de fazer. Cada empresa ou empresário individual vai ser convidado a comparticipar com 25 mil euros. não necessariamente em dinheiro.
Se conseguirem 30 patrocinadores, como espera a administração, estão reunidos os 150 mil contos necessários para pintar o hospital, substituir canalizações, actualizar o quadro eléctrico e suster as infiltrações. Estas são as obras prioritárias e para as quais o Hospital não tem capacidade para as concretizar, pelo menos, a curto prazo. Outras mudanças passam pela melhoria do sistema de segurança do hospital, pela compra de um software de gestão de visitas, pela implementação de um projecto de sinaléctica interior e exterior e pela revisão da incineradora.
Para além dos benefícios previstos no âmbito da lei do mecenato, o Hospital está disposto a publicitar as empresas amigas, com cartazes que informem os utentes que a “marca x” contribuiu para as obras na unidade. Segundo fonte da administração, a abordagem aos empresários não vai ser feita de uma forma comercial. A administração pretende que os potenciais patrocinadores não sejam meros investidores. “Queremos que os empresários da região conheçam a realidade do hospital que os serve. Para isso foram nomeados sete representantes das diversas secções do hospital que irão mostrar aos industriais os problemas do edifício de forma a trabalharmos em conjunto. Não queremos ser um mero angariador de fundos”, explicou a mesma fonte.
O Hospital já apresentou o projecto ao Governador Civil e ao presidente da Administração Regional de Saúde do Centro. O representante do Governo no distrito, tal como as associações industriais do distrito de Aveiro, irão ajudar a fazer a “ponte” com os empresários. No projecto está igualmente envolvido o ex-ministro e antigo reitor da Universidade de Aveiro, Júlio Pedroso, o “facilitador do projecto”.
A primeira visita dos empresários, para ver os “podres” do hospital, deverá ser em Julho, prevendo-se que as obras arranquem em Setembro.
No ano em que comemora 30 anos, o Hospital Infante D. Pedro pretende, para além dos empresários, chamar a sociedade civil. Para isso projectou duas acções que constituirão uma espécie de Jornadas Abertas do Hospital. A primeira, prevista para Julho, passa pela venda de materiais do hospital que estão armazenados. Marquesas, armários, cadeiras, entre outras peças, serão vendidas a preços simbólicos (5 a 20 euros o máximo) porque o objectivo não é ganhar dinheiro.
Também num sábado, mas de Setembro, a população, artistas, desportistas e figuras da cidade ligadas à cultura serão convidados a participar nas jornadas de pintura. A ideia é “maquilhar” o hospital, decorando o interior e exterior, contando para isso com a ajuda de profissionais.» (JN)