Segunda-feira, 2 Dezembro 2024
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Há novos materiais a conduzir eletricidade criados na Universidade de Aveiro

Novos materiais biocompósitos (materiais produzidos a partir de recursos naturais) condutores de eletricidade foram desenvolvidos no Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica da Universidade de Aveiro por uma equipa de investigação do CICECO-Instituto de Materiais de Aveiro, composta por Ana Barra e pelas investigadoras Cláudia Nunes e Paula Ferreira, em colaboração com o Instituto de Ciências de
Materiais de Madrid. Foi já submetido um pedido provisório de patente a nível nacional e a UA avançou com a internacionalização da proteção via PCT (Patent Cooperation Treaty), «o que abre a possibilidade de uma proteção alargada a vários territórios de interesse».
A tecnologia foi desenvolvida no âmbito do doutoramento em Nanociências e Nanotecnologia da estudante Ana Barra, realizado em colaboração com o instituto de Madrid.

São novos materiais que «podem ser processados em diversas formas, como películas, espumas, revestimentos, filamentos ou tintas, despertando o interesse de várias indústrias e áreas do conhecimento».

São vantagens dos novos materiais, na área alimentar, as películas condutoras de eletricidade podem ser incorporadas em certas partes de uma embalagem alimentar, tornando-a condutora, o que poderá permitir a esterilização dos produtos alimentares dentro da embalagem a uma temperatura muito mais baixa em comparação com as temperaturas atualmente utilizadas nos processos de pasteurização, segundo a investigadora e coordenadora da equipa, Paula Ferreira. Também podem também ser utilizados no desenvolvimento de sensores para monitorização da qualidade dos alimentos.

Havendo uma escassez de materiais flexíveis, condutores de eletricidade ambientalmente sustentáveis no mercado, os biocompósitos foram «concebidos a partir de resíduos da indústria alimentar e argilas naturais, utilizando processos de fabrico de baixo consumo energético e baixa toxicidade.

Entre estes materiais desenvolvidos na UA, «destaca-se a possibilidade de aplicar um processo inovador de “pasteurização a frio” a alimentos já
embalados, sem a necessidade de ambientes asséticos, prolongando o seu prazo de validade sem comprometer as suas propriedades nutricionais e sensoriais»

Podem também servir para esterilizar dispositivos biomédicos a temperaturas mais baixas e eventualmente compatíveis com materiais termicamente sensíveis.

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