A Greenpeace realizou esta segunda-feira actividades de «sensibilização para lançar alerta para a destruição dos oceanos profundos» em Aveiro, «um importante porto de pesca português e concentra um grande número de supermercados», segundo comunicado daquela organização ambientalista, no âmbito da campanha de sensibilização «Oceanos em Perigo».
Além da destruição de fiolhetos na rua, realizou uma exposição de imagens e projecção de videos sobre os «mistérios e destruição das profundezas dos oceanos».
A organização pede aos consumidores que «passem “cartão vermelho” à pesca de arrasto em alto mar e pressionem as grandes cadeias de distribuição alimentar a parar imeditamente de vender as espécies de peixe de profundidade mais vulneráveis».
Segundo comunicado, «a pesca de arrasto de profundidade é uma indústria pequena mas altamente destrutiva, que está a arrasar os oceanos profundos a um ritmo estonteante e a pôr em risco a sustentabilidade futura das populações costeiras».
Segundo Lanka Horstink, coordenadora da campanha dos oceanos da Greenpeace em Portugal, «a actividade em causa é tão pouco selectiva que é muitas vezes comparada a destruir uma floresta inteira para apanhar apenas meia dúzia de coelhos”, diz . “É urgente alertar para esta destruição. Portugal é o oitavo país do mundo mais activo na pesca de profundidade em águas internacionais. Alguns dos peixes de profundidade mais vulneráveis que se encontram à venda nos supermercados portugueses são a pota argentina, a pescada branca, o tamboril e algumas espécies de raias e tubarões de profundidade (1).
A Greenpeace defende que «o poder económico das grandes cadeias de distribuição alimentar lhes confere a responsabilidade de usar a sua voz influente em defesa dos recursos marinhos do planeta e proteger o direito dos consumidores de ter peixe no futuro. Para além das actividades, está online uma petição onde os consumidores podem expressar a sua preocupação aos directores destas empresas».
A campanha foi lançada em Lisboa a16 de Outubro em conferência de imprensa, com o apoio de cientistas e várias organizações não-governamentais em Portugal, entre elas a Quercus e a Liga Protectora da Natureza. Aveiro foi a sexta cidade do país a receber uma visita dos activistas, que durante a próxima semana vão ainda às cidades de Gaia e Porto.