Sábado, 12 Outubro 2024
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Galitos «inventa soluções» todos os dias

A crise económica «é uma realidade contínua e que, pelos vistos, já nem carácter levemente oscilatório tem veio para ficar e a única coisa que muda são os protagonistas da desgraça», escreve o presidente do Clube dos Galitos de Aveiro, António Granjeia, na mensagem de Ano Novo.

Neste contexto, o clube vai «inventando diariamente soluções para manter as estruturas a funcionar e tentar evitar a degradação do imobilizado conquistado e construído ao longo da nossa vida coletiva de mais de um século».

O Presidente aponta para «o maior desafio da direção e de todas as seções do clube»: «manter os ativos em bom estado». Se os Galitos contam com o pagamento das quotas dos sócios que asseguram a gestão corrente e a manutenção dos equipamentos e toda a operação corrente, precisa e mais. «Era bom que as entidades oficiais e públicas pudessem ajudar mais neste esforço que ficará para a comunidade futura como já o fazem os nossos patrocinadores e parceiros. Se assim não puder ser será difícil de investir em novo património».

A Câmara de Aveiro é um «parceiro fundamental» e espera que a «gradual consolidação financeira e organizativa da autarquia permita fortalecer a cooperação institucional». Para já, o clube registou-se na estrutura de apoio às associações que a Câmara criou e que «permitirá no início de 2017 concorrer aos apoios previstos pela autarquia».

Estado trata mal as associações Com o Estado, é diferente. «Mais uma vez reclamamos que o Estado Português continua a tratar mal as associações, impondo regras difíceis de cumprir, muitas vezes anacrónicas e descabidas perante o propósito das associações, pondo em causa a sustentabilidade das instalações construídas, mas sobretudo desprezando os cidadãos que se predispõem a participar na vida coletiva», escreve António Granjeia.

Para o presidente dos Galitos, «a sociedade atual tornou-se mais individualista e as associações estão a pagar um preço elevado da cada vez maior dificuldade em recrutar pessoas para a sua gestão e até representação. Esse não é de momento um problema no nosso clube, mas não vale a pena esconder a cabeça na areia. Devemos por isso alertar a sociedade e pedir ao governo, que tantos incentivos cria e gere para tudo e nada, que ajude, criando melhores condições de trabalho aos portugueses para que eles se sintam motivados em ajudar o próximo, colaborando mais com as associações e outras instituições».

Lamenta que «cada vez mais o Estado está centrado nas receitas e menos na economia, continua a tratar os clubes como empresas que são motivadas pelo lucro e não como associações de cidadãos que preenchem o que Estado não sabe ou não quer fazer.

O presidente recusa que o Estado trate os clubes «como um dano desprezível, como financiador dos impostos que inventa e cobra.Cobra a taxa máxima (23%) que «todas as associações pagam no gás e na eletricidade para logo percebermos, que o pouco que distribui, lhes acaba por tirar, pela via da tributação e das muitas taxas e taxinhas de que é exímio criador». Resumindo, «deveria apoiar as associações que pugnam pela formação dos jovens, evitando custos futuros na saúde, mas ao invés de regular a atividade e ser parceira no desenvolvimento, aparenta existir apenas para criar a teia burocrática que a faz existir».

Mas nota uma contradição: «O Clube, por via da sua atividade, é chamado a participar em bastantes atividades organizadas pelo Estado e que, apesar dos discursos de contenção, não dão nota de diminuição no fausto organizativo».

Clubes locais «canibalizados pelos de Lisboa e Porto»
Segundo o presidente do clube, «estamos talvez inconsciente e alegremente a caminhar para a “globalização” do desporto nacional e onde as identidades locais que fomentaram o desporto se vêm consecutivamente “canibalizadas” pelos grandes clubes de Lisboa e do Porto».

O presidente chama a atenção para o que tem constatado. «Desde que acompanho, por força das participações olímpicas do Diogo Carvalho, noto em apenas 12 anos, que a dispersão da representação clubística de outrora da nossa comitiva olímpica se concentra quase exclusivamente em 2 clubes da capital. O Galitos orgulha-se da persistência do nosso Diogo em representar Aveiro e o seu Clube dos Galitos», escreve.

Há um marketing agressivo do centralismo das grandes capitais Para António Granjeia, «é fundamental criar estratégias locais e regionais que combatam este marketing agressivo do centralismo das grandes capitais. É necessário dar estímulos às empresas do concelho de que vale a pena apostar na sua terra ao invés dos clubes de Lisboa e Porto».

Os Galitos crescem em sócios e agradece os pais e familiares secionistas mas ainda está por resolver o posto náutico da lota «à espera de acessos condignos que ajudem a chegada mais confortável, principalmente no inverno, de atletas e seus pais». As «prometidas ajudas de diversas entidades, por um motivo ou outro, teimam em não aparecer». O presidente do clube lamenta que «a história do remo na cidade não tenha o peso suficiente para resolver este problema».

Contudo, a secção tem crescido «mesmo nas deploráveis condições de acesso existentes». Por isso, António Granjeia diz que não consegue «imaginar no que seria possível evoluir com uma conjuntura mais propícia no acesso ao posto náutico».

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