Livros vem tratando o “ficar” adolescente como a inovação dos jovens anos 80, impulsionados pela revolução sexual. Nós sabemos que isso é uma meia verdade.
Meia verdade porque desejo, tesão e sexo não são modas populares nem expressões de determinadas épocas, mas partes integrantes dos seres humanos.
Há desejo em tribos indígenas brasileiras e grupos clubbers russos. Houve tesão nos séculos passados e, caso o planeta permaneça intacto, continuará havendo sexo dentro de muito tempo.
Freud já dizia que cada um possui o seu universo de perversões sexuais. Não adianta tirar o corpo fora, caro leitor. Tenho eu e tem você também. Uns com mais intensidade e indiscrição, outros de uma forma mais branda.
A geração anos 60 e 70 também “ficava” e se seus pais ou os meus não houvessem “ficado”, provavelmente não estaríamos aqui. Essa forma diferente de liberdade foi por alguns, introduzida com prazer (e que prazer). Por outros, mais conservadores, foi imposto como algo assustador e inevitavelmente real.
O compromisso, antes tão almejado, perde um pouco da sua importância. Deixa de ser um pretexto para racionalizar o tesão e passa a ser algo mais raro e talvez, sincero.
Pais, tios e avós tentam, na maior parte das vezes a passos lentos e inseguros, digerir as idéias “modernas”. Preferem criticar à entender, pois para entender é preciso olhar para trás e reviver sentimentos reprimidos.
Então, você jovem, tem o dever de aproveitar e se deliciar com essa fase de descobertas. Tendo responsabilidade, maturidade e agindo com respeito, sempre.
Aos conservadores, resta entender que sua época passou com o tempo. Desejo e sexo não são sentimentos pecaminosos e liberdade não é sinônimo de irresponsabilidade
Nos tempos atuais você continua podendo embarcar o parceiro em uma bela carruagem sem que, necessariamente, esta se transforme numa abóbora.